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Ferro afia ferro: em busca do Vale do Silício brasileiro

Kobe Blog
Escrito por Kobe Blog em 16/11/2015
Ferro afia ferro: em busca do Vale do Silício brasileiro

Iron sharpens iron

 

Já manifestei várias vezes tanto no blog quanto nas minhas palestras a importância do aprendizado compartilhado.

Se eu for resumir em uma frase aquele post antológico das Ferraris e das Fiat Unos, a frase seria essa:

 

“Você é a média das 5 pessoas com as quais você passa mais tempo”?

Para completar o pensamento, “roubei” um conceito do meu amigo Ricardo Geromel (escritor do best-seller Bilionários e dono do Fort Lauderdale Strikers).

Uma de suas filosofias de vida é a seguinte:

 

“Se você for o cara mais inteligente da sala, troque de sala ou traga alguém mais inteligente que você.”

Profundo, né?

O engraçado é que esse conceito tá até na Bíblia.

Calma que eu não vou dar uma de pastor evangélico aqui.

Para você ter uma idéia, não tenho nem religião fixa.

Há um tempo atrás, meu mentor Mario Schwarzmann me recomendou ler a Bíblia como se fosse um livro motivacional qualquer desses que eu baixo toda semana no Audible.

Sem viés religioso algum.

Foi (e continua sendo) uma experiência bem legal.

Até tirei um conceito de lá que tem muito a ver com a lei das 5 pessoas e com o conceito do Geromel.

Se liga só em Provérbios 27:17:

 

“Assim como o ferro afia o próprio ferro, o homem afia o caráter do seu companheiro.”

Vale do Silício ferro afia ferro

 

 

O nosso próprio Vale do Silício

 

Acabei de passar duas semanas do Vale do Silício e reconheço que estou devendo a resenha das minhas aventuras lá na Califórnia aqui no blog.

Uma coisa especial que eu notei por lá é o fator intercâmbio de idéias.

Por que as maiores empresas tech do mundo estão localizadas em um raio de 50km que engloba Palo Alto, San Francisco, San José, Menlo Park, Mountain View?

vale do silício mundoraiam

Porque eles pegaram aquele conceito bíblico do ferro ali de cima e o elevaram à décima-quinta potência.

Os melhores profissionais de tecnologia do mundo ou são desenvolvidos ali naquela região (Stanford & Berkeley) ou acabam se mudando para lá.

Resultado: a densidade demográfica de cérebros acabou transformando aquele lugar ali no epicentro da economia mundial.

Assim como Florença teve seu destaque no século XIII, Lisboa no século XV, Londres no XIX e Nova York no XX, está mais do que provado que o século XXI é de San Francisco e adjacências.

Já que eu não tenho visto H1B nem Green Card para morar no Vale do Silício, voltei com a idéia de encontrar meu próprio Vale do Silício aqui no Rio de Janeiro.

Aonde estão reunidos os maiores cérebros do Rio de Janeiro?

O critério que eu escolhi foi a seletividade do vestibular.

Apesar de ter uma razão candidato/vaga na casa dos 50, o IME tem uma prova diferente do ENEM, muito mais focada em exatas.

Para você ter uma idéia, o primeiro lugar geral do vestibular da UERJ ano passado NÃO CONSEGUIU PASSAR NO IME!

E o melhor de tudo: todo mundo que passou para o IME teve que comer o pão que o diabo amassou.

Sabe aquela galera de baixa renda que aposta todas suas fichas no futebol, achando que é aquilo ali que vai tirar a família da pobreza?

O IME é mais ou menos assim… só que pelo lado do estudo.

São duas características que diferenciam essa galera do resto do pessoal:

 

1- Disciplina

Para estar lá, nego teve que desenvolver o hábito do estudo por muito tempo.

O IME é um dos poucos lugares no mundo onde nego RECEBE SALÁRIO PARA ESTUDAR!

Por essas e outras, a concorrência é alta e não tem espaço para mediocridade nem pra migué.

O cara tem que abdicar dos “prazeres da carne” por pelo menos dois anos para ter alguma chance de passar na peneira.

Não basta só estudar em um colégio bom e fazer um ano de cursinho.

 

2- Resiliência

Além do hábito de estudo, essa galera aprendeu na marra a lidar com o fracasso.

O pessoal que tá lá dentro só consegue entrar depois da segunda ou terceira tentativa.

Tem um ou outro gato pingado que passa de primeira mas, de acordo com a galera que eu conversei, é algo bem raro de acontecer.

O cara cai mas é obrigado a se levantar em tempo recorde.

Vou levar o argumento pro lado pessoal: porque eu Raiam conquistei mais coisas do que 99% dos brasileiros de 25 anos?

Porque eu caí várias vezes e aprendi a me levantar.

Já fui cortado de time, imigrante ilegal, tive problemas na família, nota baixa na faculdade, osso quebrado, fui expulso da Seleção Brasileira, demitido de emissora em rede nacional, rejeitado em editoras… o que pra muita gente seria o fim, para mim foi só acidente de percurso.

Ponho minha mão no fogo para dizer que resiliência (também chamado de quociente emocional) é o fator mais valioso no mercado de trabalho hoje em dia.

 

Infiltrado entre os tubarões do IME

 

Um dia desses, um amigo meu pernambucano lá de Petrolina me convidou para almoçar com ele para me apresentar uma idéia.

O nome dele é Gabriel Belfort e o muleque é a definição correria:

…saiu de casa com 15 anos para buscar uma vida melhor longe da família… que nem eu

…foi morar em São José dos Campos para fazer um curso brabo para prepará-lo para os vestibulares IME/ITA

…depois de alguns anos estudando que nem um condenado, passou como civil nessa peneira do IME.

Hoje ele tem 19 anos e já é um cara muito respeitado pelos seus colegas lá dentro do IME.

Tá ligado naquela palestra que dei para os engenheiros do IME sobre superação?

Foi o Gabriel que organizou o evento inteiro e captou patrocínios corporativos para contratar todos os palestrantes.

A idéia que ele me apresentou no almoço era bem simples: juntar gente pica em um lugar só.

Ele chamou a galera com cabeça mais tech do IME para estudar e produzir num sobrado em Botafogo.

É como se fosse um co-working… mas é melhor que um co-working.

Por quê?

1- Só tem gente top (tem uma espécie de processo seletivo para entrar)

2- Abre 7 dias por semana

3- Oferece café da manhã, almoço, lanche e jantar para os membros.

vale do silicio raiam dos santos marcos mattana

Irmão, era exatamente isso que estava precisando.

Desde que pedi demissão do fundo de investimento onde trabalhava para me dedicar aos meus projetos de empreendedorismo, estava com problemas de foco e produtividade.

Trabalhava de casa, do Starbucks, do Hotel Caesar mas não estava conseguindo engrenar.

Fora isso, tava gastando uma grana braba comendo nos restaurantes lá de Ipanema (não tenho mais VR e nem manjo muito de fogão).

O Espaço de Estudos Botafogo caiu com uma luva.

Pago mensalidade amarradão e toco meus projetos nesse lugar 7 dias por semana.

Não preciso sair do espaço nem pra comer. Se eu estiver trabalhando até tarde, tem até uns colchõeszinhos pra galera dormir.

É impressionante como minha produtividade aumentou!

A razão é muito simples: eu chego lá e vejo uma porrada de novinho metendo a cara nos estudos e nos projetos paralelos … acabo que não tenho outra escolha.

Num dia normal lá no espaço, olha o naipe do pessoal que trabalha do meu lado:

– uma galera fazendo curso intensivo pro vestibular do ITA

– um camarada fazendo modelos de impressão 3D

– outros dois camaradas desenvolvendo um aplicativo top

– outro camarada fazendo projetos de robótica e mecatrônica

– outro camarada dando mentoria da classe CS50 de Harvard

– um vovôzinho de 84 anos criando código em Python

– um camarada se preparando para o processo seletivo do MIT, Harvard e Stanford

Hoje em dia, ganho a vida com internet e esse lugar acaba sendo estratégico para mim.

Qualquer probleminha de servidor ou de código nos meus sites e aplicativos, é só chamar o cara do outro lado da mesa que ele me ajuda em um estalar de dedos.

O que eu demoraria uns 2 dias para fazer com a equipe de programadores lá da Índia, faço em 5 minutos.

Como vocês perceberam, apesar de ser um dos mais velhos, estou longe de ser o cara mais talentoso do lugar.

E isso é bom pra caramba.

Lembre-se: se você for o cara mais top da sua sala, troque de sala!

 

O que isso tem a ver contigo?

Tenho leitores de todos os cantos do Brasil… além de Portugal e de Angola.

Meu call-to-action para vocês é o seguinte: procure a sua versão do IME!

Tudo bem que não é toda cidade que tem um pólo gerador de talentos em tecnologia como o Rio de Janeiro, mas só o fato de você se reunir com gente melhor que você te faz crescer… e muito.

Faz uma lista com 5 pessoas da sua idade que são realmente fodas… e faça o que você puder para juntar-se a elas.

Você aprende por osmose… experiência própria!

Daqui a pouco você estará no mesmo nível ou até mais avançado… porque ferro afia ferro.

Vai lá e brilha muito!

 

 

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One Reply to “Ferro afia ferro: em busca do Vale do Silício brasileiro”

Devaneioss

Raiam, sabe de algo parecido em SP?