Depois daquela treta que eu descrevi na segunda metade do meu novo livro Wall Street, eu resolvi voltar para o Brasil e tirar um ano “sabático”.
O sabático veio entre aspas porque eu estava trabalhando de comentarista no canal Esporte Interativo. Não ganhava porra nenhuma de salário mas fazia aquilo amarradão.
Sempre gostei muito de aparecer e tinha certeza que aquela exposição para milhões de pessoas na TV iria alavancar a carreira de escritor que estava prestes a lançar.
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Mas nem todo mundo entendia aquele preço que eu havia me prontificado a pagar.
Nessa época aí, eu batia de frente com meus pais o tempo todo.
Primeiro que eles condenavam o fato de que “comentarista de futebol americano em canal pequeno” não era profissão e que eu havia estudado muito para ficar fazendo aquilo.
Segundo que eles ficavam envergonhados de dizer para seus amigos que aquele seu filho tão promissor cheio dos diplomas e de línguas estrangeiras no currículo tinha virado mais um NEM-NEM.
Não conhece esse termo?
Nem-nem é aquele cara que NEM trabalha… NEM estuda!
Conclusão: como você pode ler no título que te trouxe para esse humilde site, EU ERA VAGABUNDO MESMO.
99% VAGABUNDO POR OPÇÃO
A galera que acompanha esse blog há muito tempo deve ter notado que eu fiquei obcecado por essa tal de lei da atração de uns tempos pra cá.
Só em março eu soltei três artigos e dois podcasts que giravam em torno desse tópico que tem suas origens na própria Bíblia e foi “reanimado” por gurus mais atuais como Joseph Murphy, Rhonda Byrne e Paulo Coelho.
7 Excelentes Livros Sobre a “Lei da Atração”
Hackeando Tudo: Como virar escritor best seller sem ter editora
Mansão Alpha Parte 1: Politicamente Incorreto
Podcast MundoRaiam EP01: Mario Schwartzmann
Podcast MundoRaiam EP03: João Ricardo Mendes
Esses dias, eu tava refletindo sobre essa época do meu retorno ao Brasil e lembrei que eu mesmo havia me colocado naquela situação.
A verdade é que eu havia “instalado a vagabundagem” no HD da minha mente subconsciente durante alguns meses.
Depois de tudo o que aconteceu na segunda metade do livro Wall Street, tudo o que eu queria era passar um tempo sem fazer porra nenhuma.
Na minha cabeça, eu tava com crédito.
E tinha duas razões para isso.
Primeiro que eu passei quase 10 anos em modo non-stop hardcore.
Dos 15 aos 23 anos, eu havia tirado um total de 30 dias de férias.
Eu emendava o semestre letivo com intercâmbios. Depois era vez de emendar os intercâmbios com a pré-temporada do futebol americano. Acabou a pré-temporada? Pauleira de competição e volta às aulas.
Quando acabou a faculdade, eu finalmente ia ter um mês inteiro livre antes de começar a trabalhar em Nova York.
Só que eu inventei de fazer a porra do CFA e passei as férias estudando de novo.
A segunda razão é que tinha acumulado uma grana nervosa em dólares.
Olhando pra trás, não era uma grana tão nervosa assim.
Mas eu me comparava com a galera que havia crescido comigo no Santo Agostinho e no Pio XI. O pessoal da minha idade não estava nem no 5o período de faculdade e eu já tinha acumulado um pé de meia com o suor do meu trabalho.
Era 2014 e a economia brasileira estava começando a se deteriorar.
Agora pensa comigo: o dólar estava a R$2.00.
Finge que eu tinha 10.000 dólares guardados = 20 mil reais.
Com a deterioração da economia e com a expectativa de repeteco da Dilma na reeleição, o dólar não parava de subir:
2,50… 2,80… 3,00… 3,50… 4,00…
A cada pulo desse, era uma graninha a mais que eu ganhava por causa da valorização daquela pilha que eu tinha.
Aqueles 20mil reais ali de cima milagrosamente viraram 40mil reais!
Agora é minha vez de desvendar um mito: viver de renda é a pior coisa para o ser humano.
E eu tenho um simples versículo da Bíblia para descrever. Em Mateus 7:19, um cara barbudo disse a seguinte frase:
“Árvore que não dá frutos vira lenha!”
(Cristo, Jesus)
Uma coisa é o cara viver de renda e continuar ativo, produzindo.
Silvio Santos é um exemplo.
O Silvio não precisa trabalhar… mas é de longe o cara mais feliz e abençoado da TV porque ele continua dando frutos e fazendo a gente rir aos domingos. Essa é a obra dele!
Outra coisa é o cara viver de renda só por viver de renda. Ou você não sabia daquela estatística que os americanos morrem, em média, 5 anos depois do ano em que se aposentam?
Funcionário público é um exemplo disso: vive de renda e tá morto por dentro porque sabe que não está produzindo fruto nenhum.
Se quiser saber minha opinião sobre o funcionarismo público brasileiro, dá uma lida naquele post sobre o meu café da manhã com o maior investidor do Brasil Luis Stuhlberger.
Mas vamos à parte boa do artigo…
INDEPENDENT WOMAN
Nessa época que eu era um NEM-NEM, comecei a gostar de uma mina que curtia a fanpage de futebol americano que eu tinha na época.
A mina era bonita, inteligente pra caraca, havia se formado bem cedo, ganhava bem e pagava suas próprias contas… verdadeira “independent woman” do alto de seus 22 anos.
A gente começou a sair mas, apesar de gostar muito dela, eu não tava nem aí pra compromisso.
Ficamos nessa aí por um mês ou dois: juntos mas cada um na sua com seus próprios rolês e sem exclusividade.
Aí teve uma época que ela meio que me deu um gelo no Whatsapp por alguns dias.
Mano, quando as respostas no Whatsapp passam a ser de uma linha só, pode ter certeza que tem alguma coisa errada na parada.
Um belo dia, ela postou uma foto viajando para o sul com um cara extremamente feio e barrigudo.
Do alto da minha marrentice e narcisismo, eu pensei:
“Não pode ser!”
Não fui oficialmente corno porque não tinha compromisso mas foi um mindfuck do caralho.
Cara, eu tinha dinheiro, diplomas, morava em frente a praia, tinha página na Wikipedia, corpo em forma, tanquinho, 90 kilos, 8% de gordura, blá blá blá… e a mina que eu gostava basicamente me largou por um gordo com cara de Frankenstein.
Deve ter alguma coisa errada comigo…
ELE ESTUDAVA NO IME
O Frankenstein havia passado no vestibular do IME e era um dos melhores alunos de lá.
Apesar de ser feio e barrigudo, ele me ganhava num aspecto chave: ele passava segurança para a mina.
Tinha farda, emprego garantido, previsibilidade…
Resumindo: o cara estava produzindo e fazendo a parte dele para a sociedade.
Eu não.
E como árvore que não dá frutos vira lenha, fui lá e pensei:
“Putz… realmente preciso começar a fazer alguma coisa com a minha vida.”
Acho que já está na hora de introduzir o principal assunto desse post: SENSO DE URGÊNCIA.
Uma pequena pausa no texto para fazer merchant de um dos meus patrocinadores. Afinal, isso aqui não é um blog comunista.
O Fiverr é simplesmente o melhor amigo do jovem empreendedor.
Você consegue criar sites, landing pages, logos, banners, fazer SEO e a porra toda com apenas 5 dólares!
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A SEGUNDA MELHOR COISA QUE ME ACONTECEU
Comecei a mexer os pauzinhos, contratei um ucraniano no Fiverr, paguei 20 dólares pra ele e ele montou esse humilde blog chamado MundoRaiam.
Só que lá nos primórdios de outubro de 2014, não tinha ninguém lendo essa porra.
Aí aconteceu comigo o que acontece com 98% das pessoas que resolvem lançar um blog: brochei e parei de escrever por falta de tráfego.
Enquanto isso, minha vida de NEM-NEM continuava a todo vapor.
Até que um dia, meu pai perdeu a paciência com meu sedentarismo, quase saiu na mão comigo e me expulsou de casa.
Minha primeira reação foi arrumar minhas malas e procurar um teto, né?
Minha avó mora num bairro bem humilde e até perigoso no subúrbio do Rio chamado Bonsucesso e pra lá que eu fui.
Aí se liga na sequência:
<-Nova York ->
<-Copacabana ->
<- Bonsucesso->
Nossa, que baque!
Um dia eu estava no Darby de Nova York xavecando as modelos da Victoria’s Secrets.
Pouco tempo depois, lá estava eu pegando o teleférico do Complexo do Alemão…
“Putz… realmente preciso começar a fazer alguma coisa com a minha vida.”
Na época, eu fiquei completamente puto com meus pais.
Tão puto que eu fiz questão de me fazer de vítima em rede nacional e dizer que havia sido expulso de casa numa entrevista que dei para a Globo na volta da Seleção Brasileira.
(Globo.com: “Amigo” de Neymar deixa o mercado financeiro de NY por sonho do Mundial)
Expulso de casa pelo próprio pai…. coitadinho de mim, né?!
Coitadinho é o caralho!
A MELHOR COISA QUE ME ACONTECEU
Como na ocasião do Frankenstein, eu acabei voltando para o mesmo ciclo da vagabundagem por uma simples razão: a conta do banco continuava cheia de dólares.
Tava à toa na casa dos meus avós e resolvi inventar uma profissão: virei daytrader.
Estudei tudo o que eu tinha que estudar sobre o mercado de derivativos e comecei a operar call-options e put-options de ações e de commodities na bolsa de Nova York através do computador.
Sorte de principiante: tinha dia que eu fazia 8-10mil reais.
Mas eu caí no conceito de fool’s mate que eu expliquei naquele post bombástico chamado Meu negócio é ganhar muito dinheiro e achei que era o melhor trader do mundo só porque havia começado bem.
A cabeça cresceu…
Daí eu resolvi montar uma operação estruturada com futuros de gás natural acreditando no agravamento da instabilidade política entre Rússia e Ucrânia e na quebra da oferta de gás natural para os países da Europa Ocidental.
O racional era o seguinte:
– A Europa Ocidental precisa do gás russo para aquecer as residências da galera durante o inverno
– Se tiver guerra, a Europa Ocidental está fechada com a Ucrânia… apesar de ser altamente dependente do gás russo.
– A maioria dos gasodutos que conectam a Rússia com a Europa Ocidental passa pela Ucrânia
– Se tiver guerra, o Putin vai fechar a torneira do gás só de sacanagem e a Europa vai ficar sem calefação para o inverno
– Aquele inverno de 2014 estava pintando ser um dos mais frios da história
CONCLUSÃO: vou me encher de opções de gás natural porque o Putin é maluco, vai ter guerra e o preço dessa porra vai subir!
O negócio era igual um all-in no poker: ou eu fico milionário agora com 24 anos ou eu perco tudo.
Acabou que não teve guerra, o preço do gás natural despencou junto com o petróleo, a Rússia entrou numa crise fudida e eu perdi tudo!
Sim, perder tudo foi a melhor coisa que me aconteceu.
Por quê? Porque eu finalmente havia criado meu próprio senso de urgência.
Foi esse senso de urgência que me “forçou” a instalar a disciplina no meu dia-a-dia e resultou naqueles hacks do meu primeiro best-seller e fenômeno literário Hackeando Tudo: 90 Hábitos Para Mudar o Rumo de Uma Geração.
No ano pós-vagabundagem, escrevi 3 best-sellers, levantei o blog de 5mil a 1milhão de visualizações, fechei parcerias com grandes empresas de tecnologia, ganhei o StartUp Rio, dei mentoria para um monte de muleque foda, fiz umas 20 palestras ao redor do Brasil, viajei para uns 10 países e o mais importante de tudo:
FIZ AS PAZES COM OS MEUS PAIS
SENSO DE URGÊNCIA
Mano, por que eu tô contando essa história toda? Onde eu quero chegar?
Eu recebo uns 500 emails de leitores por dia e faço o meu melhor para responder todos.
A demanda tá tão alta que passei a cobrar R$500 por hora de mentoria no Skype às segundas feiras.
Nossa, que caro! Sabe porque eu acho que não tá caro? Por que a agenda das mentorias já está lotada até a primeira semana maio. Um dia desses, eu solto os depoimentos da galera que eu sou mentor.
Vou te falar que 80% dos emails que recebo é de nego reclamando que está estacionado na vida e pedindo ajuda para sair da inércia mental e profissional.
E eu notei algo em comum entre toda essa galera da inércia: a falta de um senso de urgência.
Haaaa! Been there done that!
Esses dias, uma amiga minha reclamou que não sabia o que fazer com o irmão vagabundo dela.
O muleque foi até o final da faculdade de química mas ainda não se formou. Por quê? Porque ele não tá fim de voltar para o laboratório e fazer a monografia.
Porra! Se esforçou por cinco anos e na hora de colocar a cereja no bolo ele deu pra trás?!
Duas perguntas depois, eu descobri a razão de tanta vagabundagem:
O muleque tem 24 anos, carro com tanque cheio, cartão linkado com a conta da mamãe, geladeira lotada de comida, internet ultra-rápida e viagem para Orlando nas férias.
Senso de urgência abaixo de zero!
Porra, imagina um muleque desse sendo marido e pai de família?
Mano, tem que virar homem nessa porra!
E como se vira homem depois de ser vagabundo? Produzindo seu próprio senso de urgência.
Agora para pra pensar aí: como é que eu posso criar um senso de urgência? Toma aí algumas alternativas…
– Colocando um objetivo tangível com data de validade e escrevendo ele todos os dias no teu caderno
– Escrevendo uma lista diária de “Coisas que eu não faço por falta de dinheiro”
– Saindo da casa dos pais
– “Escondendo” dinheiro!
Calma, não tem nada a ver com os Panamá Papers e nem com lavagem de dinheiro! Esconde tua grana em CDBs com liquidez de 2 anos para ter a sensação de que está zerado na conta corrente (minha conta corrente do Itaú tem uns 4mil reais… justamente para eu ter essa sensação de que estou pobre e preciso produzir… o resto tá “escondido” ou reinvestido nas minhas empresas).
– Gastando tudo o que você tem numa viagem ao exterior
– Arrumando uma namorada que te puxe pra cima
– Andando com gente que ganha 2 ou 3 vezes mais que você
– Lendo sobre pessoas que têm a sua idade e conseguiram mais do que você… e modelando o mindset delas
Lembra aquela parada de cometer seus próprios erros e não o erro dos outros?
Espero que você não precise perder centenas de milhares de reais para criar seu próprio senso de urgência.
Fecha a porra do site e vai produzir, caralho!
~Raiam