Em 2013, tinha uns dias de ferias para tirar no trabalho e resolvi meter o pé para Israel.
Por causa da grande população de judeus na região nordeste dos Estados Unidos, a oferta de vôos entre Nova York e Tel Aviv sempre foi grande.
Na época, tinha dado um caô entre palestinos e israelenses.
Eles estavam trocando bombas para lá e pra cá e nenhum turista queria mais viajar para Israel com medo de ser vítima de um ataque terrorista.
Resultado: aviões vazios e vôos baratos.
Não hesitei, comprei minha passagem e acordei em Tel Aviv.
Papo reto, de todos os países que visitei, Israel é DE LONGE o mais interessante deles.
Primeiro: porque o lugar é sagrado para judeus, cristãos e muçulmanos.
Você dá um rolé pelo Muro das Lamentações, anda 5 minutos para a esquerda e cai no Domo da Rocha, uma das mesquitas mais importantes para o Islã.
Quer sair de lá?
Para sair do centro de Jerusalém, você é obrigado a passar por umas 4 estações da Via Sacra de Jesus Cristo (e tem até as plaquinhas com os números de cada estação).
Todo mundo lá precisa seguir os passos de Cristo… literalmente!
E contrariamente ao que via pela televisão, os cristãos, judeus e muçulmanos vivem tranquilos.
Cada um na sua e com muito respeito.
Tudo bem que tem tiroteios em certas regiões do país mas aqui na Maré e no Alemão não é muito diferente não.
Segundo: porque é um país bonito pra caramba.
Num raio de uns 200km, dá para visitar o Rio Jordão, as Colinas de Golã, o Mar da Galiléia, o deserto de Negev, o Mar Morto e o Mar Mediterrâneo.
Na fronteira com o Egito, tem uma cidade praiana chamada Eilat que é tipo uma Cancun para os judeus.
Terceiro: porque Israel tem as melhores noitadas.
É meio estranho que um lugar tão religioso e sagrado tenha uma vida noturna tão forte. Quando me contaram, não acreditei.
Além disso, não existe mulher feia por lá.
É impressionante!
Uma mistura de sangue judeu, árabe, africano, ibérico e eslavo… tudo isso com aquela mentalidade free-spirit das européias lá do norte.
Imagina tudo isso numa pessoa só?
Como disse o Mr. Catra, Jerusalém a melhor night que tem!
Mas a parada que mais me impressionou sobre Israel foi a modernidade.
Startup Nation
O primeiro sinal foi a internet ultra mega hiper rápida dos lugares.
Fiquei num albergue meia boca e todo fudido.
Sabe quando todo mundo quer usar o Wi-Fi ao mesmo tempo mas a conexão fica sobrecarregada e ninguém consegue navegar direito?
Todos os hóspedes estavam conectados ao mesmo tempo e, mesmo assim, conseguir baixar um filme inteiro em papo de 10 segundos.
E não era só no hostel não.
O Wi-fi público da praia era igual de rápido.
Fui trocar uma idéia sobre com um amigo judeu que já até morou por lá e trabalha com tecnologia.
Fiquei abismado com o perfil high-tech das paradas lá em Israel.
Ele me recomendou o livro Startup Nation: The Story of Israel’s Economic Miracle de Dan Senor e Saul Singer.
Em português, Nação Empreendedora: O Milagre Econômico de Israel e o Que Ele Nos Ensina.
Puta que pariu, que livro foda!
Vou tentar resumir aqui porque Israel é a Mecca da inovação e serve de exemplo para todos os países do mundo:
Crescimento meteórico
Israel passou de país pobre fudido no ano de sua fundação em 1948 para um dos países mais desenvolvidos do mundo.
Entre 1948 e 1970, mesmo com 3 guerras brabas que mataram geral por ali, o PIB per Capita se multiplicou por 4.
Economia tipo-exportação
Israel não tem terra fértil.
Não tem petróleo.
É minúsculo e não tem mercado consumidor interno.
E para piorar: está cercado de países inimigos.
Resultado: teve que investir em alguma coisa para ter competividade internacional.
Investiu em tecnologia e serviços e agora exporta tudo para os países ricos da Europa e para os EUA.
Faculdade pra todo mundo
45% dos israelenses têm ensino superior, uma das taxas mais altas do mundo.
O país inteiro tem 8 universidades, quatro delas estão no top100 do mundo.
Adivinha quantas faculdades brasileiras estão nessa lista?
Startup Nation e hub de Tecnologia
Israel tem uma startup para cada 1,800 habitantes.
Esse número é mais alto que o próprio Vale do Silicio.
O investimento per capita em inovação, pesquisa e venture capital é mais alto que em qualquer outro país do mundo.
Tá vendo esse computador aí que você tá usando? O processador dessa porra aí tem tecnologia israelense.
Sabe o Waze que você usa para fugir do trânsito caótico?
100% israelense!
“The greatest contribution of the Jewish people in history is dissatisfaction. That’s poor for politics, but good for science”
Presidente Shimon Peres
Alguém trabalha mais duro do que um imigrante?
Israel é um país de imigrantes e imigrantes, em qualquer lugar do mundo, trabalham muito duro e são os melhores empreendedores.
O chinês da pastelaria aqui da esquina abre a loja as 5 da manhã e só fecha depois das 22h.
Se você parar pra pensar, ninguém é dali.
Antes de 1947 atrás quase não tinha judeu naquela área né?
Sem status, sem títulos = só correria
A cultura local põe menos ênfase em idade e status e mais em talento e correria.
Um exemplo disso é o exército meritocrata.
Todo mundo é obrigado a servir o exército por pelo menos 2 anos.
No exército de Israel, não tem essa porra de bater continência.
Foda-se o título e a experiência do cara.
Todo mundo é igual.
Soldados têm o direito de discordar dos generais e são até encorajados a fazê-lo.
Tem nego de 22-23 anos liderando um batalhão inteiro.
Exército formador de CEOs
Quando o cara sai do exército com tanta experiência de liderança e tanta pressão psicológica, ele tá preparado para gerir qualquer grande empresa.
O ITA/IME dos israelenses chama-se Talpiot.
O know-how que eles aprendem para caçar terroristas através de sistemas de computação é rapidamente transferido para o mundo dos negócios e não é raro ver startups de tecnologia israelenses com valuations de bilhões de dólares e CEOs com background no exército.
Tem vontade de visitar Israel? Vai fundo!
Eu recomendo e te dou a maior força.
Cara, depois de ler esse livro fiquei com tanto orgulho de ser judeu, mesmo sem ser judeu.
Daí eu pensei: “Caramba, eu não conheço nenhum judeu pobre”. Por que será?
Bom, não vou me converter mas vou aprender com eles!
Acho que vale a pena também comprar o StartUp Nation no Amazon e aprender um pouco com os judeus.
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