O pessoal que acompanha o blog há algum tempo está mais do que ligado na MISSÃO 200 LIVROS.
Para você que tá chegando agora, o negócio é o seguinte: em 2014, superei alguns fantasmas da procrastinação e me disciplinei para terminar 100 livros.
Não acreditou, aprenda as gambiarras que me fizeram chegar aos 100.
Resolvi me desafiar em dobro nesse ano de 2015 e joguei a meta para 200.
Com muito suor, bati os 200 no início de outubro e agora estou atrás do milestone de 250. Falta pouco!
Na reta final dessa primeira missão que terminou em outubro, resolvi focar em biografias de pessoas negras de sucesso… sempre naquela pegada de aprender com quem foi lá e fez.
Se liga no naipe dos livros que eu li (e escutei) de outubro pra cá:
Dreams From My Father: A Story of Race and Inheritance – Barack Obama
The Audacity of Hope – Barack Obama
Yes We Can: The Speeches of Barack Obama – Barack Obama
Michelle Obama – Peter Slevin
Super Rich: A Guide To Having It All – Russell Simmons
Do You: 12 Laws To Access The Power In You To Achieve Happiness and Success – Russell Simmons
From Pieces To Weight: Once Upon a Time in Southside Queens – 50 Cent
Shining Star: Braving the Elements of Earth Wind and Fire – Philip Bailey
The Keeper – Tim Howard
Michael Jordan: The Life – Roland Lazenby
Power Forward: My Presidential Education – Reggie Love
I Feel Like Going On: Life, Game and Glory – Ray Lewis
Every Day I Fight – Stuart Scott
Wake Up Happy: The Dream Big Win Big Guide To Transforming – Michael Strahan
Got to Give The People What They Want: True Stories and Flagrant Opinions From Center Court – Jalen Rose
Whoopi’s Big Book of Relationships – Whoopi Goldberg
Deu para perceber muito bem o que esses negros de sucesso têm em comum, right?
Heróis Enlatados
Lembra no primeiro capítulo do meu livro Turismo Ousadia: Como Conquistar o Mundo Ainda Jovem que eu falei que meu ídolo na infância era o Jacaré do É O Tchan?
Já parou para pensar que a gente cresceu sem heróis negros aqui no Brasil?
Pelo menos no início dos anos 1990, o Mussum e o Jacaré do Tchan eram os dois únicos negros que eu via na TV.
E ambos eram coadjuvantes e “subalternos” no que faziam.
O Mussum era sempre zoado pelo Didi e sempre retratado como um bebum nas esquetes e filmes dos Trapalhões.
(Falando em Mussum, já leu o livro Mussum Forévis? Muito bom! Já escrevi a resenha dele lá nos primórdios do blog MundoRaiam)
No caso do Jacaré, a importância dele era ofuscada pelas duas gostosas que dançavam do lado dele.
Mas ele era pica no que fazia e parecia comigo.
Resultado: comecei a dançar pra caramba.
Com 5 anos de idade, eu já era o rei da lambaeróbica nas festinhas de criança.
Sabia todas as coreografias daquelas coletâneas de Axé Bahia que saíam todo fim de ano (e sei até hoje).
Algum tempo depois, começou a aparecer uns pretos com o perfil de líder: gente como o Netinho do Negritude, o Alexandre Pires do Só Pra Contrariar e o Salgadinho do Katinguelê.
Só que todos eram pagodeiros.
Apesar de gostar de pagode até hoje, sabia lá atrás com 5 anos de idade que não queria aquilo para minha vida.
Nasci em 1990 e essa falta de heróis foi remediada só em 1996 quando lançaram o filme Space Jam no Brasil.
Os caras retrataram o Michael Jordan como um verdadeiro herói.
No filme, o Michael tinha super poderes. Lembra que ele conseguiu vencer basicamente sozinho um time formado por monstros anabolizados?
Que cara pica!
A partir do Space Jam, virei um muambeiro de heróis.
Já que não tinha aqui, o negócio era olhar para os Estados Unidos e importar um atrás do outro.
Na primeira leva, trouxe Michael Jordan, Kobe Bryant, Shaq, Denzel Washington e Will Smith.
Um pouco mais tarde, foi a vez de importar Allen Iverson, Vince Carter, 50 Cent, Snoop Dogg e Jamie Foxx.
African American
Acho que por causa dessa obsessão por heróis afro-americanos, coloquei na minha cabeça que nunca chegaria àquele nível se ficasse no Brasil.
Se meus heróis eram dos Estados Unidos e a grande maioria deles morava na Califórnia, era pra lá que eu tinha que ir.
Com 14 anos, movi os pauzinhos para morar no exterior e imigrei para a Califórnia sozinho como estudante de intercâmbio.
Lá na Califórnia, fui “adotado” por uma host family negra.
De cara já deu para ver que os valores dessa nova família eram diferentes de tudo o que eu tinha visto na negritude brasileira.
Mas o baque maior foi dentro da escola San Diego High School.
Na época, comecei a estudar História Afroamericana na escola (sim, isso era uma matéria… e obrigatória).
Fiquei super impressionado com a história vitoriosa dos caras.
Do C.A. ao 1o. ano do Ensino Médio, eu aprendi nas aulas de história que o negro brasileiro era um sofredor e um coitadinho. Ponto final!
Já parou para pensar que fora o Zumbi dos Palmares, nenhum negro é referido pelo seu nome nos livros didáticos de história brasileira?
Pode procurar: são sempre “os negros” e “os escravos”.
Putz, acabei de me lembrar que Zumbi dos Palmares era apelido! Já viu, né?
Lá na aula de História Afroamericana, eu aprendi sobre Harriet Tubman, Frederick Douglass, W.E.B. DuBois, Duke Ellington, Langston Hughes, Marcus Garvey, Rosa Parks, Martin Luther King e Malcom X.
Não vou negar que tinha a parte de escravidão que retratava o negro americano como um coitadinho.
Mas essa parte não cobriu nem 10% do semestre.
Eu sempre fico me perguntando como os EUA conseguiram eleger um presidente negro, mesmo eles sendo apenas 13% da população?
Em termos absolutos e relativos, tem MUITO mais negro aqui do que lá.
Por que será que os caras produziram médicos de sucesso como Ben Carson, juristas importantíssimos como Thurgood Marshall e Clarence Thomas, empreendedores bilionários como Dr. Dre e Russell Simmons, líderes políticos como Martin Luther King e Barack Obama, e atletas-empresários como Michael Jordan e Magic Johnson?
E por que eu só tenho o Kleber Lucas, o Geraldo Rufino e o Joaquim Barbosa para me espelhar? (desculpa pagodeiros, funkeiros e pessoal da MPB… sou preto mas não me espelho em nenhum de vocês)
A resposta está na mentalidade…
O excesso de preto vítima
Parece que virou moda no Brasil sofrer racismo pela internet e fazer tempestade num copo d’água sobre isso.
Vou mandar um papo muito reto aqui:
Sinto até vergonha alheia quando vejo negros de sucesso recebendo ofensas de racismo pela internet.
E não é vergonha dos haters otários da internet.
É vergonha do famoso que cai na pilha e se faz de vítima com isso.
Sério mesmo.
Às vezes acho que é uma ferramenta de marketing pessoal para aumentar a visibilidade da pessoa.
Ou você não percebeu que a Maju ficou muito mais famosa depois do episódio de racismo?
Seja o que for, acho que o caminho não é por aí.
O maior problema do negro brasileiro é o excesso de vitimismo: culpa do FHC, culpa do sistema, culpa da escravidão, culpa do cara que não me contrata, culpa do preconceito, culpa dos pastores evangélicos, culpa do patrão, culpa da porra toda.
Pára para pensar: se o negro formador de opinião se faz de vítima, como é que você acha que o negro da favela vai se sentir?
Se não houver uma mudança de mindset, se não aparecer gente que lidere pelo exemplo, essa porra de preto pobre e subalterno só vai se perpetuar!
Esses dias, eu fui assistir o documentário Cidade de Deus 10 Anos Depois.
Hoje em dia, estou na vibe de programação neurolinguística e me sinto como um pseudo-psicólogo analisando o mindset dos outros o tempo todo.
Vou te mandar a real: quase saí do cinema com 10 minutos de filme.
Era só preto vítima atrás de preto vítima.
Vou resumir o filme inteiro em uma frase para você:
“Fiquei famoso com o filme mas continuei pobre e sem perspectiva…. culpa dos diretores e produtores.”
No filme inteiro, só tinha um cara SEM essa mentalidade de preto-vítima: o Seu Jorge.
E, por incrível que pareça, ele foi o único entrevistado do documentário que aplicou aquela filosofia do Pica Pau (lembra da minha palestra sobre o Pica Pau?) e usou o filme para alavancar sua carreira.
Seu Jorge literalmente ligou o foda-se para o preconceito que ele sofreu.
O resto basicamente voltou para o mesmo lugar que veio.
Agora eu te pergunto: será que aqueles atores que não deram certo e estão vivendo de bico nas favelas recebem hate mail pela internet que nem a Taís Araújo, a Sheron Menezes e a Maju do Jornal Nacional?
Hora dos comerciais. Afinal, isso aqui não é um blog comunista.
Terminei 200+ livros esse ano, a maioria em versão audiobook graças ao Amazon Audible.
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De cara, eles já vão te dar 2 audiolivros grátis para testar.
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A importância dos haters
Um dos aspectos mais difíceis de trabalhar na TV é lidar com os comentários do povão no Twitter.
Quando eu estava na ESPN, recebia muitas mas muitas mensagens de haters de todo Brasil.
Não é por menos: o canal é paulista, coxinha e todo mundo que aparece na câmera é branco e tem mais de 40 anos.
Do nada, apareceu um preto de 24 anos, com malandragem de carioca, sorriso permanente no rosto e que manjava muito daquele esporte.
Foi um choque para o público, com certeza.
Mas eu realmente internalizava todas aquelas críticas dos haters, especialmente os comentários racistas.
Ficava abismado que aquelas pessoas que nem me conheciam pessoalmente pensavam tudo aquilo de mim.
É claro que deu vontade de “mandar um Maju” e explodir o assunto na mídia.
(Já viu porque eu fui demitido da ESPN? Clica aqui e lê a notícia da Folha de São Paulo).
Só que eu odeio me fazer de coitadinho.
Isso porque de coitadinho EU NÃO TENHO NADA: tenho 3 diplomas da melhor universidade do mundo, falo 6 línguas, tenho 3 livros publicados e já faturei mais de 1 milhão de reais com o meu próprio suor antes de completar 26 anos.
E o mais importante de tudo: eu tenho orgulho de ser preto.
(Antes de ir para os EUA com 15 anos eu não tinha, mas isso é assunto para outro post).
Só depois de um tempo que a ficha foi cair. Minha sogra Simone me ajudou a chegar a essa conclusão.
Já parou para pensar que só aqueles que estão fazendo algo de destaque têm haters?
Lembra daquela frase de Tom Jobim?
“No Brasil, sucesso é uma ofensa pessoal”
Se o sucesso do playboy de Ipanema Tom Jobim era ofensa pessoal, imagina o sucesso de um negro?
Maju, Sheron Menezes e Taís Araújo estão em posições onde muita gente quer estar.
No meu caso, todo mundo que comentava as baboseiras e descia o pau nos comentários preconceituosos pelo Twitter queria estar no meu lugar:
1-eram fãs de futebol americano
2-sonhavam em receber cachê para falar sobre NFL
3-sonhavam também em jogar futebol americano lá fora
4- queriam aparecer para centenas de milhares de pessoas na TV.
É o tipo da coisa que todos eles fariam de graça… e eu estava sendo pago para isso.
Em resumo, os caras pegavam no meu pé e lotavam minha timeline de comentários racistas porque queriam ser que nem eu.
Esses dias, estava lendo uma entrevista da Revista Época com um dos caras mais fodas do mundo, na minha humilde opinião: o escritor Paulo Coelho.
A jornalista perguntou para ele se ele ficava incomodado com as críticas dos internautas que não gostavam de sua obra.
Ele respondeu:
“Não, isso é natural. Quem não é trolado não existe na internet”.
Realmente… Maju, Sheron e Taís Araújo existem na internet.
E o cara que colocou o comentário maldoso? Te garanto que é um zé-ninguém fracassado que nunca fez porra nenhuma da vida.
Como dizia o sábio George R.R. Martin…
Koé Maju, Sheron e Taís? Para quê se importar com a opinião de carneirinhos se vocês são leoas brabas pra caramba?
Lembrei agora do meu diário de gratidão. Todo santo dia, eu escrevo pelo menos 4 páginas lá.
(Lembra do hack #45 do meu primeiro livro Hackeando Tudo: 90 Hábitos Para Mudar o Rumo de Uma Geração?)
Nesse diário, eu FAÇO QUESTÃO de agradecer a Deus por ter haters. E mais de uma vez por dia!
Sério mesmo. Agradeça também!
Se você tem haters, é sinal de que você está fazendo algo certo!
Se você não tem nenhum hater, meu amigo sinto-lhe dizer que você é um cara medíocre… e que não fede nem cheira para a sociedade.
Está no DNA humano
Essa parada de ter haters me fez lembrar um ponto muito importante sobre essa discussão de racismo.
Como eu falei ali em cima, sou relativamente novo (25 anos) mas já rodei pra caramba.
Já morei no Rio, São Paulo, San Diego, Los Angeles, Pennsylvania, Nova York, Nova Jersey, Paris, Barcelona, Alicante e Florença.
Em TODOS ESSES LUGARES (repito todos), notei que os negros de sucesso eram mal vistos pela população.
O pensamento era o seguinte:
“Como é que esse cara que é preto conseguiu isso tudo e eu não?”
Por que os caras jogam banana no campo para o Daniel Alves na Espanha, para o Hulk na Rússia e para os brasileiros do Shakhtar Donetsk lá na Ucrânia?
Porque eles são negros… e ganham milhões aonde a grande maioria da população (branca) é totalmente quebrada!
O pior lugar para isso é os Estados Unidos, diga-se de passagem.
Pega todos os negros de sucesso que eu citei ali em cima, eu te conto um por um como a mídia tentou quebrar a imagem deles.
Vem comigo!
Kobe Bryant = negro = 360 milhões de dólares de patrimônio
Polêmica: falsas alegações de que ele estuprou uma jovem branca num hotel em Denver em 2003
Michael Jordan = negro = 1 bilhão de dólares de patrimônio
Polêmica: falsas alegações de que ele se envolvia em jogos de azar e apostava nos próprios jogos lá em 1993
Tiger Woods = negro = 700 milhões de dólares de patrimônio
Polêmica: a mídia estourou que ele era viciado em sexo e Tiger perdeu todos os seus patrocínios em 2009.
Michael Vick = negro = atleta mais bem pago dos EUA em 2005 com contrato de 130 milhões de dólares
Polêmica: dois anos depois, veio à tona que ele participava de rinhas de cachorro. Vick foi preso e perdeu tudo.
Barack Obama = negro = homem mais poderoso do mundo
Polêmica: Foram várias! Muitas mesmo. Começando com as falsas alegações de que ele era muçulmano, de que ele não podia ser presidente porque na verdade nasceu na Indonésia. Tinha também aqueles problemas com o pastor Jeremiah Wright e centenas de outras tretas.
Aqui no Brasil teve aquele caso do apartamento de Miami do juiz Joaquim Barbosa.
Pelé foi outro que apanhou pra caramba da mídia.
Sempre que tem um negro de sucesso, aparece alguém para puxar o tapete dele e tirá-lo do topo.
Irmão, até na África tem isso.
Uma das minhas mentoras é a sra Folorunsho Alakija, magnata do petróleo lá na Nigéria e dona de um império de 7 bilhões de dólares (ela é mãe de uns amigos meus).
Adivinha? Ela falou que na Nigéria é assim também!
E eu não condeno ninguém por isso.
Sabe por quê? É natureza humana, cara. Tá no DNA.
A conclusão é simples: não é só problema do Brasil, dos Estados Unidos nem da Ucrânia, é característica do ser humano.
Se isso é característica do ser humano, quem sou eu para mudá-la?
É melhor fazer ajustes do que dar desculpas!
A surpreendente característica que os negros de sucesso têm em comum
Com essa polêmica toda da Maju, da Taís Araújo, da Sharon e da infinidade de outros pretos vítima que a gente vê por aqui, lembrei de como os negros tops dos Estados Unidos reagem a polêmicas assim.
Pega todas essas 20 biografias de negros que eu li nos últimos 2 meses.
Todos eles têm uma grande característica em comum, além da cor da pele é claro.
Mês passado, estava assistindo CNN com meu pai adotivo americano e ele começou a elogiar os feitos do Obama como presidente dos EUA: sistema único de saúde, prosperidade econômica, baixa taxa de desemprego, saída do Afeganistão, etc.
No meio dos elogios, ele mandou uma assim:
“Olha que cara foda! Olha a arrogância dele!”
Eu rebati na hora.
Pelo menos no meu mundo, arrogância é uma característica negativa.
Mas ele argumentou exatamente o contrário e disse que o negro precisa disso para ter sucesso nos Estados Unidos.
Aí caiu a ficha de novo!
Você pode argumentar o contrário comigo e eu aceito (leio e respondo todos os comentários) mas todos os caras das biografias do início do post têm PELO MENOS UM PINGUINHO DE ARROGÂNCIA!
E o pior (melhor) é que eles mesmos reconhecem isso!!!!
Michael Jordan? Arrogante… pergunta para qualquer cara que jogou contra ele.
Kobe Bryant? Mesma coisa.
Kanye West? O cara mais arrogante do showbiz.
Jay Z? Não é à toa que ele fez o Watch The Throne com o Kanye.
Muhammad Ali? Esse nem se compara com ninguém.
Joaquim Barbosa? Já viu ele botando moral nos corruptos lá dentro do Supremo?
Raiam Santos? Arrogante pra cacete!
Barack Obama? Olha esse vídeo…
E é uma arrogância saudável.
Saudável? Como assim?
A arrogância (controlada) é a melhor maneira do negro superar essa sociedade que vive botando a gente pra baixo.
Se o cara aceitar tudo o que a sociedade coloca no prato dele, ele vai ser um zé ninguém pra sempre.
A arrogância chega até ser um mecanismo de defesa.
Aí eu te pergunto: já ouviu um cara desses reclamando de comentariozinho racista de zé-ninguéns do Facebook?
Solução?
Eu não tô pregando guerra nem preconceito reverso.
Só um pinguinho de arrogância mesmo.
Mas arrogância como um mecanismo de defesa.
Foi alvo de racismo pessoalmente?
Fala que ele tem pau pequeno (levar para o lado sexual mata 80% das discussões racistas, provado cientificamente por mim).
Pros outros 20%, tem que usar um pouco mais de criatividade.
Foi alvo de racismo pela internet?
Ignora.. deixa passar.
A internet está cheia de valentões sem conteúdo que não aguentam meia hora de porrada na vida real e que leram menos de 5 livros na vida.
Mas nunca se faça de preto vítima.
E faça algo brilhante com tua vida pessoal para justificar esse pinguinho de arrogância (que nem todos os negros das biografias ali em cima).
Não, a culpa não é da falta de cotas, nem da PM e nem do Eduardo Cunha.
Aí o cara que tá lendo isso deve pensar assim:
“O Raiam não conta. Não me representa. É preto de alma branca. Ele só fala isso porque ele é playboy e cresceu no luxo. O pai dele tem dinheiro, ele estudou nos melhores colégios do Rio, votou no Aécio e mora na Zona Sul”.
Irmão, minha origem é basicamente a mesma de todo negro do Brasil: descendente de escravos de Angola!
Meu avô paterno era guarda municipal e minha avó cortava o cabelo das negas do Quitungo no quintal de casa.
Eu já fui alvo de racismo várias vezes na minha vida. Mas você não me vê falando nem escrevendo sobre isso.
Viu ali que eu coloquei “fui alvo de” ao invés de “sofri” racismo?
Por que precisa de muito mais do que isso para me fazer sofrer. Fui alvo mas não me acertaram.
Quer acabar com o racismo? Faça que nem o Morgan Freeman nesse vídeo aí embaixo!
Se meu pai se deu bem na vida, teve oportunidades e virou piloto de aviões colossais da Boeing, é porque ele caçou as oportunidades dele e estudou pra caralho a vida toda.
E mais importante de tudo: ele não me deixou ser mais uma estatística… mais um preto-vítima.
Obrigado, paizão!
~Raiam
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Hey,
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Que texto ótimo! Eu não posso falar muito desse assunto, pois nunca sofri na pele. Mas acho que segue a mesma tendência do bullying. Atualmente, tudo virou bullying. E isso é muito complicado porque não se ensina mais a criança a se defender. Se você já acha que a geração Y é vitimista, aguarde a próxima. Precisamos de uma relevante mudança na educação e na mentalidade da sociedade! Abraços,
Top Natália! Isso se aplica ao bullying e a todas minorias “menos favorecidas”
Ae Raiam, legal o post!
Tenho uma trajetória até então, porém dividido por 10. Digo isso por questão de interesses similares: leitura para crescimento pessoal e profissional, mercado financeiro, viajar e conhecer outras culturas e tudo mais. Vou acompanhar teu blog aqui. Inclusive já li teu primeiro livro.
Para escutar os livros, duas perguntas:
1 – quais sites/dispositivos tem usado e acha melhor?
2 – Você acompanhar a leitura junto com o audio (vi isso num vídeo do cara do canal fight mediocrity) ou faz de apenas um modo por vez?
Abs!
Fala André , entra nesse link aqui que tem todos os dispositivos que eu uso (e com desconto).
https://mundoraiam.com/audio_book/
Um camarada meu recomendou essa parada de acompanhar o áudio com o livro do lado. Disse que é MUITO mais produtivo. Eu ainda não o fiz sob o argumento de “gastar dinheiro duas vezes”
Grande abraço
Ae Raiam, legal o post!
Tenho uma trajetória parecida com a tua até então, porém dividido por 10. Digo isso por questão de interesses similares: leitura para crescimento pessoal e profissional, mercado financeiro, viajar e conhecer outras culturas e tudo mais. Vou acompanhar teu blog aqui. Inclusive já li teu primeiro livro.
Para escutar os livros, duas perguntas:
1 – quais sites/dispositivos tem usado e acha melhor?
2 – Você acompanhar a leitura junto com o audio (vi isso num vídeo do cara do canal fight mediocrity) ou faz de apenas um modo por vez?
Abs!
Cara, curti! Mas faço um acréscimo… Essas letras servem para todos, TODOS (negro, japonês, gay, gordo, baixo, magro, …)! Não devemos acreditar em Haters! No máximo, transformar em metas o que eles desmoralizam…
Isso mesmo, Pedro! Matou a charada!
Porra moleque bom! Tu é um orgulho da VP! Sempre brinquei que saí da VP para o mundo mas sempre que morei lá também vivia dizendo que era o Leblon da Zona Norte. Tá ligado na Oliveira Belo e o baixo VP!? Meus amigos zona sul não acreditavam quando eu contava que as pessoas corriam em volta de um valão!
Mas sobre o seu texto aí….mandou muito bem. To ficando cada vez mais seu fã! Arrebenta parceiro!
No texto, dá a entender que vc está recomedando que as pessoas “alvo” de racismo “deixem pra lá”; imho isso é perigoso. A lei existe para ser usada, praticar racismo é crime e precisa ser punido, quem fala contra isso está pregando a impunidade, e impunidade é um problema sério da nossa sociedade.
“Ah, não precisa jogar isso na mídia”? Aí vai de cada um, às vezes nem é a própria pessoa que joga, os jornalistas vão atrás; mas “deixar pra lá”, imho, é corroborar com a impunidade de um tipo de criminoso, e isso a gente não deve incentivar jamais.
Minha opinião de pardo periférico que já foi “alvo” de alguns tipos de preconceitos na vida, inclusive usar elevador de serviço em prédio de bilionários mesmo sendo visitante.
Valeu aê meu parça! Qualquer dia eu tô aí de volta para visitar as origens da Rua Coríntia.
Pena que meu Olimpão fechou, né?!
Irmão, deixei minha opinião muito clara: punir o racismo PERPETUA o racismo.
No caso, é melhor usar aquela filosofia dos estóicos da antiguidade mesmo: não posso mudar? Sigo em frente e toco a minha vida.
Eu moro no Leblon e volta e meia nego me olha torto no meu próprio prédio. Tu acha que eu vou chamar a polícia? Eu não… faço cara de mau, ligo o switch da arrogância e vou ganhar meu dinheiro. Chances are que o cara me olha torto porque eu sou melhor que o filho dele da mesma idade que eu 😉
Estou ouvindo um som do Posse Mente Zulu que corrobora com a sua tese e contraria a minha. Posse Mente Zulu é o grupo de rap onde o Rappin Hood começou.
Seguem alguns trechos:
“Negros…nós somos negros!
Pode me chamar do que quiser que não ligo
Racista, revoltado sei que não sou nada disso
Pertenço a um raça sofrida, vivida que acredita
Que ainda há pra paz, que sorri pra vida
Cultura afro-brasileira se entregar jamais
Seja você mesmo um negro guerreiro.
Possemente Zulu! Cem porcento preto”
Mais um:
“Se falam mal do negro, eu não tô nem aí
Pois já briguei muito, já falei demais
Mas o que o negro quer agora realmente é a paz”
Continua em: https://letras.mus.br/posse-mente-zulu/919451/
Vou refletir mais sobre o assunto e continuar ouvindo outros negros para tentar entender melhor. Abraços.
Isso mesmo! Eis a solução para nossos problemas. Vamos parar de falar se estupros, assaltos e principalmente sobre politicos corruptos, assim vamos parar de PERPETUAR os crimes nesse país!
Parabéns pela percepção!!!
Essa matéria foi uma das mais fantásticas, bem escritas e esclarecedoras que já tive oportunidade de ler. Nunca sofri esse tipo de preconceito por ser branco, descendente de alemães, nascido e criado em uma família de classe média, estudei em ótimas escolas, me graduei (e pós graduei) em universidade particular (pagas com o esforço e suor do meu trabalho), só que atualmente também “sofro” alguns preconceitos: sou careca, míope, gordo e “velho” (apesar de ter somente 52 anos). Consequências disso? Atualmente estou desempregado e não consigo trabalho ou por ser velho demais, ou por ser experiente demais, ou por ter vivido/viajado de menos, ou por ser gordo (e não ter condições físicas para aguentar o tranco dos mais jovens e sarados), ou…. Porém, apesar das dificuldades financeiras, ainda procuro levar na gozação, pois sou ponto de referência (fala com aquele cara ali do lado do gordo/careca/alemão). Acho que bom humor é a solução pra esse problemas. Achei interessante, criativa e bem humorada a tua referêcia ao “pau pequeno”. É similar ao que ocorre comigo, quando ouço comentário do tipo: “Tá tão gordo que com certeza nem consegue levantar”. Calei a boca de uma grande amiga minha (quase uma irmã) quando conversando com cada uma das minhas 3 últimas namoradas elas afirmaram para ela que estavam sendo muito bem “comidas”. Ela não imagina a criatividade que um gordo deve desenvolver para poder dar conta do recado de forma adequada (e não estou falando dos “azuizinhos). É a história de transformar um limão numa limonada.
Outra coisa é essa palhaçada de cotas para as minorias negras. Quer falar em minoria, fale dos alemão ou italianos (ou …) que tanto em números relativos ou absolutos SÃO minorias neste país (só que são brancos). O esforço que um branco tem que fazer para estudar, aprender, aculturar, enfim, se preparar para a vida, é o mesmo que um negro (detesto a expressão afrodescendente, acho essa última uma ofensa à raça negra). Leia-se aí, todos os negros citados nesta matéria.
Dificuldades todos nós passamos, vencer essas dificuldades é que nos diferenciam dos outros (medíocres, sem coragem, sem força, sem tesão pela vida e pela vitória).
Parabéns a todos que conseguiram vencer na vida, não importando se negros, brancos, orientais, …
Um abraço, Raiam, e mais uma vez, parabéns pela excelente matéria.
Raiam,
Fará 3 meses que acompanho o blog – parabéns, ele é muito inspirador -. Há meses existe uma vontade para comentar os seus posts e acho que a hora chegou, pois consegui me identificar muito. Sou um negro de descendência turca, tenho 23 anos faço MBA de Gestão de Negócios na Federal de Pernambuco(UFPE), tenho uma Empresa no ramo de TIC, chamada BankSystem Corporation, uma empresa referência na área.
Mas como você diz – vai vendo! Sofri muita descriminação racial na infância, adolescência e continuou sofrendo – apesar de hoje não ligar -. Tenho uma história boa: Em meados dos meus 12 anos eu fui chamado de: – Pretinho que daria um belo advogado, por mentir bem e porque só iria trabalhar para os outros. Para nós, de +20, – isso é besteira*, mas imagina um garoto em formação ouvir isso? Pesado! Mas no fim a arrogância falou mais alto, e consegui superar muitas barreiras impostas pela sociedade e aqui estou, com 23 anos em busca do meu primeiro Bilhão.
Uma coisa engraçada: eu só leio o seu blog ouvindo essa música: WAY DOWN WE GO – Kaleo
Abraços,
Ricardo Danyalgil Junior
Fala Raiam,
Seu blog foi uma grata surpresa. Como economista formado lá fora vc certamente deve conhecer o Thomas Sowell (que acho meio conserva) e o meu favorito, o libertário Walter E. Williams. Desde o dia que li o primeiro texto de cada, eles foram alçados ao panteão dos meus ídolos. Afinal, preto pode ser inteligente sem dever nada a ninguém.
Abraço!
O objetivo de um vida traduzido em um texto!
Raiam, durante os últimos meses descobri o seu blog e de cara me interessei por ver outro cara negro falando sobre economia e finanças num nível intelectual bem avançado, contudo este texto sobre o preto vítima é algo realmente incrível.
Bom, falando um pouco sobre a minha história, sou um cara negro de São Paulo (sei que você é carioca, enfim, meus pêsames pelo Vasco hahaha) tenho 21 anos, sou formado em Economia e entrei na faculdade aos 17 com uma bolsa de estudos que ganhei sendo jogador de futebol pelo S.E.Palmeiras.
Sempre tive dos meus pais que nós (eu e meu irmão) poderíamos conquistar qualquer coisa nessa vida e que ser negro, NUNCA seria um empecilho e sim um combustível nessa trajetória em busca do sucesso.
Durante a faculdade me apaixonei pelo empreendedorismo e aos 20 anos decidi fundar uma empresa, chamada BOLD Sportswear, cujo significado é OUSADIA e também, negrito, enfim tudo a ver! Trabalhei, lutei, empreendi e hoje alcançamos mais de 10k de pessoas nas redes sociais e sempre ouvindo que você teve sorte, que não é tudo isso e o olhar citado por você de que, “como você é negro e conseguiu tudo isso e eu não”?
Enfim, é muito bom ver que existem outras pessoas lutando pelos mesmos ideais que eu e que sim, o sucesso tá aí e que sim, a negrada ta chegando forte!
Deixo nos contatos meu e-mail e o site da BOLD Sportswear, ficaria honrado em te presentear com uma de nossas camisetas!
Abraços e fica com Deus!
E há, mais uma coisa….
Negão, você é mito!
Abraços
Pedro Virissimo Santos
Salve bro, firme?
Tenho algumas divergências com sua abordagem, mas vou tb usar uma coisa que aprendi com os afro-americanos: podemos concordar em discordar. só queria destacar 2 coisas:
1- Acredito que vc pode gostar da abordagem da afrocentricidade, que trata dentre outras coisas da “mente vitoriosa” como uma ferramenta para as pessoas negras confrontarem o racismo. Se pá, põe na sua lista de livros: “Afrocentricidade, a teoria da mudança social”, do Phd Molefi Kete Asante
2- O nome de Zumbi era realmente Zumbi (ou Nzumbi), já que ele era filho de africanos escravizados nascido em Ngola Djanga (Palmares), que depois foi “apresado” e batizado como católico com o nome de “Francisco”.
Todo sucesso irmão!
Salve bro, firme?
Tenho algumas divergências com sua abordagem, mas vou tb usar uma coisa que aprendi com os afro-americanos: podemos concordar em discordar. só queria destacar 2 coisas:
1- Acredito que vc pode gostar da abordagem da afrocentricidade, que trata dentre outras coisas da “mente vitoriosa” como uma ferramenta para as pessoas negras confrontarem o racismo. Se pá, põe na sua lista de livros: “Afrocentricidade, a teoria da mudança social”, do Phd Molefi Kete Asante.
Tem um artigo da escritora bell hooks (assim, em minusculo mesmo), chamado “Recusando-se a ser uma vítima: obrigação e responsabilidade” que tb casa com o que você está se propondo discutir, vale a pena a leitura: https://we.riseup.net/radfem/recusando-se-a-ser-uma-v%C3%ADtima-bell-hooks
2- O nome de Zumbi era realmente Zumbi (ou Nzumbi), já que ele era filho de africanos escravizados nascido em Ngola Djanga (Palmares), que depois foi “apresado” e batizado como católico com o nome de “Francisco”.
Todo sucesso irmão!
Cara, primeiramente, parabéns!
Eu descobri o seu blog depois dos post sobre funcionários públicos. Acabei adicionando no feed
Quando você falou que tinha lido 200 livros num ano eu fique abismado, minha meta era 24 livros e eu já estava achando muito!
Instalei o app do kindle no celular e a primeira coisa que eu notei é que os preços são imensamente mais baixos
Segunda coisa é que estava lendo o tempo todo: no elevador do trabalho, no ônibus, no avião, no metrô
Só faz 2 semanas que eu o instalei, e já terminei 4 livros!
É impressionante quanto mais livros você lê, mais livros você tem vontade de ler!
Quanto ao post, concordo com várias coisas, acrecentaria que o ser humano tem a tendência de querer derrubar todos os que chegam no topo
Isso fica mais aparente em relação aos negros porque infelizmente ainda existe poucos negros milionários/bilionários
Na verdade, tem muito pouco rico no mundo, e esse número tem de aumentar
Infelizmente, de uns tempos para cá, parece que as pessoas andam mais inclinadas a tentarem deixar os ricos pobres do que fazer os pobres enriquecerem, como se ser pobre fosse uma virtude. Vai entender?
Quanto a parte da arrogância, eu consideraria trocaria pela palavra “determinação”, ou “ambição”, ou “não deixar se abalar”
Uma pessoa determinada pode até ser considerada arrogante, mas ela não é arrogante se ela tem certeza que a melhor forma de fazer algo é da maneira que ele se propõe a fazer, por isso a aparência de arrogância..
Nossa presidente é arrogante mas não é determinada.
A arrogância dela não serve para absolutamente nada de positivo no caso dela
Viu a diferença?
Abraço e sucesso!
Concordo, Rodrigo.
Não conheço o Raiam pessoalmente. Na verdade o tenho seguido há pouco tempo, mas tem sido importante para mim. Como você, mesmo entendendo o que ele quer dizer, não consigo vê-lo como alguém arrogante, apenas determinado, muito determinado, e auto-confiante (e sei que trabalha para isso, que essas características não “caem do céu”).
E mais interessante, sou branco, praticamente não fui alvo de bullying na minha vida, tenho 50 anos e só nos últimos anos comecei a entender essa importância de nós nos impormos e sabermos vender nossas forças e qualidades, para, acima de tudo, motivar as pessoas ao nosso redor e criarmos uma contaminação positiva no ambiente, aumentando significativamente a chance de ter sucesso.
Raiam, claro que para um negro, essa “sua” “arrogância” pode ser mais importante, mas pode ter certeza isso vale para todos, inclusive os que não são negros ou minorias. Se quer sucesso, precisa aceitá-lo e acreditar nele. Mas, sobretudo, fazer os outros acreditarem também.
Muito obrigado a vocês.
1º comentário aqui, mas sou leitor há tempos …
saca esse video do Kobe … muito foda!! é essa arrogância positiva q vc citou …
https://www.youtube.com/watch?v=ujuQheviI7U
abraço
Victor
Belo texto. No Brasil, houve/há intelectuais e figuras notórias negras (fora do esporte e artes), mas que nao ganham destaque. Pesquise sobre o André Rebouças, por ex.
Dos EUA, atualmente, recomendo Thomas sowell e Walter Williams
Abs