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Turismo Ousadia: Panamá Pt.1 - A Dubai das Américas

Kobe Blog
Escrito por Kobe Blog em 08/02/2015
Turismo Ousadia: Panamá Pt.1 - A Dubai das Américas

Semana passada, embarquei para a Cidade do Panamá para representar o Brasil na conquista de uma vaga para o Mundial IFAF de futebol americano 2015.

O jogo contra os donos da casa seria um verdadeiro mata-mata: quem ganhasse teria o passaporte carimbado para a Copa do Mundo no meio do ano. Nosso patrocinador deu pra trás aos 45 do segundo tempo e todos os 45 atletas tiveram que bancar a viagem do proprio bolso para fazer essa missão.

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Com dois touchdowns do companheiro de Flamengo FA Rodrigo Pons, um touchdown do Bruno Santucci e dois field goals de um tal de Raiam Santos, conseguimos vencer o Panamá por 26 a 14 e fizemos historia no esporte.

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Nos três primeiros dias, não saí nem do hotel. Estava concentrado e só queria pensar no jogo. No máximo, descia até a piscina para ler meu livro do Guga e trocar ideia com os companheiros de time.

No domingo, quando a missão já estava cumprida, coloquei meu headphone na cabeça, acionei meus audiobooks e me perdi pela cidade para dar uma de travel investor.

A real é que o Panamá é um país desenvolvido e ninguém tava ligado nisso.

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Aquela imagem que eu tinha das repúblicas bananeiras da América Central com governos autoritarios foi por água abaixo assim que tirei o pé do avião.

O aeroporto de Tocumen é ultra moderno, as estradas são lisinhas, o transporte público é eficiente e conta com ar condicionado em todos os ônibus municipais e a cidade está cheia de arranha-céus residenciais estilo Brickell Avenue em Downtown Miami.

Eu compararia a Cidade do Panamá com Dubai.

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1) Os dois lugares contam com uma população local bem consumista. Tem shopping para todo lado, todos lotados (pelo menos na semana que eu fui) e nego gasta mesmo, nada de window shopping que nem a gente vê por aqui.

2) Têm um network de expatriados altamente qualificados representando as grandes empresas globais em setores como logística, banking e comércio exterior.

3) Estão passando por um boom sinistro da construção civil residencial. Não para de subir prédio no Panamá. E é um mais moderno e estiloso que o outro.


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4) Estão alavancados em uma atividade econômica que geram dólares de maneira semi-automática. Os árabes têm os petrodólares e os panamenhos se bancam com os canaldólares.

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Por dia, passam uns 30 navios pelas comportas do Canal do Panamá. Vai vendo. Ninguém passa sem pagar o pedagio com três dias de antecipação e à vista, efectivo, cash money. Para você ter uma idéia, cada navio que atravessa o canal paga em média 200mil dólares para os panamenhos.

E vão pagar pra sempre!

A não ser que construam outro canal em algum lugar da América Central, o Panamá vai ter o monopólio dessas rotas marítimas. Ou você acha que o navio que sai da China carregado de muambas eletrônicas em direção ao porto de Newark nos EUA vai dar a volta lá na ponta da Argentina pelo Pólo Sul?

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E eu não disse pesos, nem reais nem nenhuma outra moeda de país subdesenvolvido. A moeda do Panamá é o dólar americano mesmo! O país está praticamente blindado. Não precisa de política econômica nem de um banco central porque quem imprime dinheiro é a porra do canal!

Aliás, que obra maravilhosa é o canal do Panamá.

Fiquei de cara que os engenheiros conseguiram botar aquelas comportas para funcionar com a tecnologia de 1910.

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Cada ponta do canal está no nível do mar (duh!) mas o caminho que o navio faz para atravessar do Atlântico para o Pacífico sobe e desce o morrão.

Daí os caras projetaram uns tanques e umas locomotivas que elevam os navios só controlando o nível da água, o que me lembrou aquele conceito de vasos comunicantes que a gente aprendeu na aula de biologia na 5a série. Papo de levantar um daqueles cruzeiros transatlânticos enormes para cima de um prédio de 5 andares.

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O Canal do Panamá tem que estar na bucket list de todo bom viajante. Só de ter visto aquilo ali com meus proprios olhos já fez valer toda a grana da passagem.

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Na parte 2 dessa série sobre minha viagem para o Panamá, vou falar sobre a ausência de impostos de importação no país, do porto livre de Colón e da influência dos imperialistas chineses por lá. 

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