Falta 100 dias para as Olimpíadas do Rio e eu vou te mandar uma real bem real: meu interesse está beirando o zero.
E olha que eu sempre fui um cara viciado em Olimpíadas e fiz questão de viajar para Londres em 2012 para assistir tudo ao vivo (lembra desse episódio da minha antiga série FanfaRaiam?).
Pra piorar, 80% das provas desse ano serão realizadas no bairro onde eu morei na pré-adolescência: o Recreio.
Na real, eu perdi totalmente o tesão quando o assunto é esporte.
Ontem mesmo me perguntaram pra que time eu torço.
Nem eu sei.
Já fui Flamengo, Botafogo… ano passado torci pro Vasco fugir do rebaixamento… já torci pro Fluminense na época da Libertadores da LDU e já fui corinthiano-maloqueiro naquele mundial contra o Chelsea.
Passei a vida inteira dos dois lados da moeda: competindo e acompanhando esportes pela TV.
Por causa disso, posso dizer uma coisa com total propriedade: jogar é muito melhor do que assistir.
O câncer do brasileiro
Saí do Brasil em 2005 e voltei em 2014.
Uma coisa que não mudou nos quase 10 anos que eu fiquei fora foi o seguinte: nego aqui continua viciado em esportes.
Vou te falar que isso chega a ser um câncer.
Câncer?
Ué… me responde o seguinte: o que uma vitória do Diego Hypólito vai mudar na sua vida?
E se o Vasco subir pra Primeira Divisão?
E se a Seleção Feminina de vôlei ganhar o tri na Olimpíada?
E se o Leicester City for campeão de novo lá na Inglaterra?
E se o Nadal for campeão de Roland Garros?
Não muda porra nenhuma!
Quem se dá bem são eles… e não você.
Disse câncer ali em cima porque é impressionante a quantidade de tempo, energia e dinheiro que nego desperdiça para acompanhar e discutir sobre esportes.
Quer um exemplo bem simples?
Nunca vi uma parada tão inútil quanto aqueles programas de sócio-torcedor.
Por quê?
Porque o programa de sócio-torcedor é praticamente uma vaquinha onde o torcedor que ganha salário mínimo contribui para o time dele contratar um jogador que vai ganhar 200mil reais por mês.
Tem alguma coisa errada nisso aí, né?
E parece que nego da minha idade, pelo menos lá no Rio, só quer saber de futebol.
Na real, o futebol cedeu um pouco de espaço nas conversas de bar para a política… que é outro câncer que paralisa a mente do ser humano… mas isso é assunto pra outro post.
Ficou curioso? amzn.to/1NZAXbr
Você assiste TV?
Já falei pelo menos umas 10 vezes aqui no blog que eu faço questão de andar com um pessoal bem acima da média.
Quando você cola com gente que é melhor que você tanto no campo intelectual quanto no campo profissional, você acaba aprendendo e se desenvolvendo por osmose.
O impressionante é que toda essa galera (gringos e brasileiros) tem uma coisa em comum:
Ninguém assiste TV e pouquíssimos deles acompanham esportes.
Não me leve a mal.
Esporte é importante pra caralho, especialmente para crianças.
Eu mesmo não seria o cara que sou hoje se não tivesse competido no tênis, no futebol e no futebol americano quando eu era muleque.
No meu novo Podcast MundoRaiam, eu entrevistei vários jovens que se deram muito bem na vida antes dos 25 anos fazendo coisas totalmente diferente dos “standards” da sociedade.
O legal é que toda essa galera que eu entrevistei fazia um esporte de alto-nível na infância e na adolescência: Fernando Trotta (futebol), João Ricardo Mendes (jiu-jitsu), Flavio Luz (futebol americano), Matheus Braga (futebol).
O ponto comum? O esporte ajudou a instalar o fator competição no hard-drive mental deles bem cedo.
O problema é que quando você liga a televisão, você não compete… você assiste os outros competindo.
E a mídia faz de tudo para criar essa cultura de assistir os outros competindo.
E por que a mídia dá tanto valor para os esportes?
Porque a mente do espectador fica mais sensível à marcas que estão patrocinando aquele evento e tem uma série de estudos de consumer psychology que comprovam esse efeito.
Olha esse artigo do Business Perspectives.
Se você achar superficial demais, rola a tela para a bibliografia da página 7 que tem mais uns 40 artigos falando exatamente sobre essa “hipnose” do consumidor.
Aí volta para a minha missão pessoal com o blog, com os livros que eu publico e com minha startup Mestrix: intelectualizar o jovem brasileiro.
Por que as grandes mídias não te encorajam a correr atrás de informação nova e se desenvolver como ser humano?
Porque quando a pessoa acorda para o mundo e se intelectualiza, ELA DEIXA DE ASSISTIR TV E CONSUMIR AQUELE CONTEÚDO!
Por essas e outras, decidi aproveitar esse tal de “espírito olímpico” para remar um pouco contra a maré.
Ao invés de falar sobre o russo que é favorito para ganhar a medalha de ouro nas barras paralelas assimétricas, que tal falar sobre como a produção de gás natural e petróleo no país dele afeta a gente aqui no Brasil?
Bem-vindos à nova série do blog Mundo Raiam: Olimpíadas do Dinheiro!
Olimpíadas do Dinheiro: a série
A ideia da série é pegar os principais países do mundo e explicar, da maneira mais simples possível, como cada um faz seu dinheirinho.
A pegada é falar de macroeconomia para o povão com a mesma linguagem de sempre: agressiva, chula, reta e direta.
Não gostou? Foda-se!
Por que a Índia sofreu com décadas de inflação e não sofre mais?
Por que tem muito apagão na Nigéria?
Por que a bolsa de valores da Austrália se move como a do Brasil?
Por que o México é dominado por grandes conglomerados familiares?
Para não dizer que a ideia da série Olimpíadas do Dinheiro é totalmente original, eu me inspirei em três grandes livros que eu li quando tinha 20 anos e que mudaram a minha vida para sempre:
Investment Biker – Jim Rogers
Adventure Capitalist – Jim Rogers
Breakout Nations – Ruchir Sharma
Acho que nenhum dos três está disponível em português mas se você quer se aprofundar em matéria de mundo, acho que tá valendo muito a pena. Os links para as versões inglesas no Amazon estão em cima do nome de cada um.
Agenda das Olimpíadas do Dinheiro
Ainda não tenho o planejamento de longo prazo dessa porra não.
Só sei que vai sair artigo novo toda terça e sábado e os 6 primeiros países serão esses aqui:
Terça – 10/Mai : Índia
Sábado – 14/Mai : México
Terça – 17/Mai : Indonésia
Sábado – 21/Mai : Noruega
Terça – 24/Mai : África do Sul
Sábado – 28/Mai : Austrália
Coloca aí nos comentários se você tiver algum país interessante pra recomendar.
Tamo junto!
~Raiam
PS1: Tenho um call-to-action aqui. Que tal você parar de acompanhar futebol nesse segundo semestre de 2016 e focar em outras paradas? Acho que tá valendo o experimento, hein…
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