Segunda feira, fui jantar com uns amigos da época de Nova York e, no caminho de casa dei uma passada na Livraria da Travessa de Botafogo para dar uma fuçada nas prateleiras sem compromisso.
Acabei saindo de lá uns 40 reais mais pobre. Raiam em livraria é igual velho tarado no puteiro.
O nome oficial da obra prima que eu comprei nesse dia é Memórias do Velho Vamp, escrito por um dos meus heróis de infancia um baiano chamado Marcos André Batista Santos.
Em termos de autobiografia, essa bate de frente com Total Recall do Arnold Schwarzenegger. E o que faz essas duas se destacarem do resto (olha que eu já devo ter lido umas 100 biografias na vida)?
Fácil! O livro é escrito exatamente como o Vampeta fala.
Dá pra imaginar tudo! É como você tivesse num pé-sujo lá em Nazaré das Farinhas, frente a frente com o Velho Vamp só ouvindo as resenhas do cara e com umas 15 garrafas de cerveja vazia em cima da mesa.
Eu parei de beber em março de 2013 mas esse é o típico livro para você ler ao lado de um copo geladinho daquela Original a zero grau. Lê uma história, ri um pouco, toma um golinho. Lê outra, sente vergonha alheia, toma outro golinho. E passa uma tarde inteira assim.
Papo reto, o livro tem umas 250 páginas e eu devorei tudo em umas 2 horinhas. Sem parar de rir. O livro deve ter umas 50 histórias envolvendo grandes nomes do futebol mundial como Ronaldo Fenômeno, Rivaldo, Felipão, Edilson, Luisão, Gilmar Fubá, Amaral (esses dois últimos são os mais zuados), Raí, Evaristo de Macedo, Dinei, Kaká, Marc Overmars, Zenden, Romario, Indio (aquele que era índio mesmo), Junior Baiano, Cesar Sampaio, Ricardinho, França, Zé Roberto, Carlos Alberto (o cachaceiro), São Marcos, Stoichkov, Dick Advocaat, Zagallo, Rincón, Marcelinho Carioca, Dida, etc.
O mais engraçado de tudo é que o Vampeta tá contando uma historia aí do nada, no meio do raciocínio, ele tem umas crises de saudades e escreve coisas do tipo: “Nossa, eu comi muita mulher, viu”.
Dentre os assuntos abordados estão:
– O ensaio para a G-Magazine
– O dia que bebeu um vinho do papa João Paulo II por engano na casa do Fenômeno.
– A cambalhota na rampa do Palacio do Planalto.
– Como ele perdeu centenas de milhares de reais na Boi Gordo.
– O goró que ele tomou com o Fernando Henrique Cardoso alguns anos depois.
– O dia que o Rincón meteu a porrada no Marcelinho Carioca na concentração.
– A admiração que ele tem pelo Antonio Carlos Magalhães.
– A vez que levou 8 putas para passear em Paris na primeira classe.
Se você acompanhou o futebol nos anos 1990 e conhece pelo menos 80% dos nomes ali em cima, corre pra livraria e vai rir um pouco. Pode confiar em mim.
Vale a leitura!
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