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O Burger King e o novo "jeitinho" brasileiro

Kobe Blog
Escrito por Kobe Blog em 27/12/2014
O Burger King e o novo

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Morei fora dos meus 15 anos aos 24 e já ouvi todo tipo de estereótipo de brasileiro possível.

Com 15, morei em San Diego, California. Brasileiro em San Diego é filhinho de papai que se muda para Pacific Beach com visto de estudante para fumar maconha o dia inteiro.

Com 17, fui fazer faculdade na Philadelphia. Brasileiro em Philadelphia mora em Northeast Philly e trabalha de garçom em churrascaria.

Com 19, fui estudar em Florença na Italia. Brasileiro em Florença de dia vende bolsa na feira da Santa Maria Novella e de noite vende droga para os turistas perto das noitadas da Piazza Santa Croce.

Com 20, fui fazer intercâmbio em Barcelona. Brasileiro em Barcelona ou é prostituto ou é promoter de balada… ou os dois.

Com 21, fui trabalhar em Nova York. Brasileiro em Nova York passeia com o cachorro dos ricaços no Upper East side ou trabalha de engraxate nos predios corporativos de Midtown Manhattan.

bkjeitinhoNo mundo corporativo internacional, até bem pouco tempo, brasileiro tinha fama de ser um cara preguiçoso, um cara que tenta quebrar regras e levar tudo no jeitinho e um cara vendedor que ganha tua confiança mas na hora de executar te deixa na mão e não cumpre o combinado.

Quando você chega numa multinacional lá fora e se apresenta como brasileiro, não importa se você estudou na melhor faculdade do mundo, já colocam essa etiqueta em você.

Mas isso tem mudado.

Para a galera que não sabe, o Brasil é dono de três das maiores companhias dos Estados Unidos, três empresas com décadas e décadas em operação, três empresas que simbolizam a cultura americana: Burger King, Anheuser Busch (Budweiser) e Heinz (ketchup).

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Os executivos Jorge Paulo Lehmann, Marcel Telles e Beto Sicupira viraram especialistas mundiais em restruturação de empresas de consumo.

Começou pela Anheuser Busch, maior orgulho da cidade de Saint Louis e empresa de cervejas mais tradicional dos EUA. Virou Brasileira em 2008.

Daí, alguns anos depois, o trio se juntou ao Warren Buffett para comprar a Heinz daquele ketchup top que você usa quando vai no Outback.

Dois anos atrás, os caras compraram o Burger King, que andava meio mal das pernas e tava perdendo participação de mercado para o McDonalds, Subway e até para o Chipotle.

E não é que deu certo nos três casos?

Por causa dessas aquisições bem sucedidas, a filosofia brasileira no mundo corporativo internacional passou da fanfarronice para a disciplina! Disciplina de custo e meritocracia.

O trio chega na empresa, vê um monte de coisa errada e bota o pau na mesa. Saem cortando geral e acabam com as mamatas dos executivos. Tiram os caciques velhos das salas de conferencia e botam uma galera nova, cheia de energia e cheia de vontade de ficar bem rico e fazer e acontecer.

A Anheuser Busch tinha uma frota de jatos enorme, um monte de parque que dava prejuízo, vários escritórios chiquérrimos para os diretores e faziam varias festas para os funcionarios e colaboradores, todas com cerveja mais do que liberada. Os brasileiros entraram lá e acabaram com a mordomia.

As ações do Burger King subiram 78% nesse ano de 2014. Sabe por quê? Por causa dessa cultura brasileira! Se liga aqui no que eles fizeram:

Trouxe sangue novo

 

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Os brasileiros chegaram no Burger King e meteram um CEO de 31 anos para liderar a empresa. Para Wall Street, 31 anos é um muleque. Quase que idade de estagiário. Mas o cara é um fenômeno. Age ain’t nothing but a number!

 

 

Cortou geral

 

bkcostdownBurger King demitiu quase 40mil trabalhadores. Demitiu entre aspas porque ao invés de ficar no payroll da empresa Burger King, ficaram sob responsabilidade das franquias. Além disso, o Burger King fazia uma festa de fim de ano para seus caciques num castelo na Itália que custava mais de US$1M para organizar. Era uma tradição da empresa que já durava décadas. Acabou!


Simplificou geral

CutbacksO CEO muleque chegou no Burger King e cortou o menu pela metade. Isso simplificou as operações na cozinha, minimizou o desperdício de comida com aqueles itens que quase ninguém comprava e, o mais importante de tudo, deixou o serviço muito mais rápido. O cliente aprovou!

 

Ganhou o mundo


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Disso os caras entendem. Transformaram a Brahma falida na maior empresa de cervejas no mundo pensando grande. Chegaram no Burger King, acabaram com as barreiras para abrir franquias no exterior e começaram a abrir lojas mundo afora cobrando um premium sobre o McDonalds e os competidores locais. Deu certo.

 

 


Investiu bem

bknewAo invés de sair abrindo lojas por aí e contratando gente, o Burger King investiu para aumentar a produtividade de seus funcionarios e cortar custos. Quando tu entra numa loja do Burger King nos EUA, você vê a diferença. É tudo chique, tudo moderno, tudo otimizado.

Se tu curtiu a história da nova imagem do Brasil nos negócios lá fora, tem dois livros muito bons: o primeiro todo mundo já deve conhecer e tá em todas as prateleiras principais das grandes livrarias do Brasil: Sonho Grande.

sonhograndeO segundo não é tão conhecido e acho que não teve tradução por aqui mas é uma obra prima das fusões e aquisições chamada Dethroning the King: The Hostile Takeover of Anheuser-Busch.

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E que apareçam mais executivos como Telles, Sicupira e Lehmann no Brasil!

 

 

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