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48 Horas no Vietnã: Negão Asiático Parte 5

Kobe Blog
Escrito por Kobe Blog em 29/06/2016
48 Horas no Vietnã: Negão Asiático Parte 5

Esse é o quinto capítulo da série Negão Asiático sobre um “rolê macroeconômico” que eu fiz sozinho pela Ásia.

Foram 8 países em 15 dias e eu tinha dois grandes objetivos:

1) Provar para mim mesmo que é possível passar um mês inteiro viajando e gastar menos do que no Brasil (aluguel, alimentação, condomínio, transporte, entretenimento).

2) Aprender sobre a economia e o estilo de vida dos principais países do Sudeste Asiático, região onde muitos especialistas dizem que será o futuro da economia mundial.

Se você está chegando agora, acho que vale a pena dar uma olhada nos posts anteriores com as minhas observações na Tailândia, China, Hong Kong e Macau.

A quinta parada desse rolé solitário pela Ásia foi num dos lugares mais interessantes que eu já fui na vida: o Vietnã.

Na real, acho que o Vietnã só perde para Israel nesse quesito.

Vou te explicar o porquê ao longo desse post… mas vale a pena navegar um pouco pela burocracia pré-viagem.

Antes do texto, tem aquele merchantzinho básico de um dos nossos queridos patrocinadores: o Fiverr!

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VIETNÃ PARA BRASILEIROS: O VISTO

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Vou te falar que eu quase desisti de visitar o Vietnã.

Isso porque os caras fazem de tudo para dificultar a vida do turista… parece que é de propósito.

Para entrar na Tailândia, tudo o que eu preciso é de um certificado da vacina contra a febre amarela.

Já reclamei disso no post 48 Horas na Tailândia mas a hora extra de espera e os formulários que eu tive que preencher no aeroporto de Bangkok por ter passaporte de “país de segunda classe” foram fichinhas comparados à burocra inútil do Vietnã.

Hong Kong eu não precisei de porra nenhuma.

Mostrei meu passaporte, o cara escaneou e eu passei direto.

Cingapura, Macau, Indonésia e Malásia, idem.

Agora vamos lá para a burocra do Vietnã:

 

1) GOOGLE

O turista é orientado a procurar no Google as palavras “visa on arrival vietnam”.

 

2) AGÊNCIAS TOSCAS

Daí aparecem várias agências independentes que fazem pedidos de visto junto ao governo vietnamita.

Só que os sites dessas agências parece que foram feitos no Microsoft Front Page em 1999 (toma um exemplo aí).

A única maneira de “driblar” as agências é indo na embaixada do Vietnã em Brasilia. Só que eu decidi que ia visitar o Vietnã bem em cima da hora.

 

3) PAGAMENTO DA TAXA

Mano, a mão treme só de colocar as informações do cartão de crédito num site amador daquele.

O cheiro é de treta, scam, armação total.

A agência cobra US$20 para fazer o pedido do seu visto e os sites geralmente te dão 5 dias úteis para te entregar a carta.

Que merda! Eu só tinha 2 dias úteis para resolver essa porra.

No problem! Tinha uma opção de emissão “express” onde eu tinha que pagar mais US$20.

Total parcial: US$40. 

 

4) FOTO DE PASSAPORTE

Minha última parada antes do Vietnã foi Hong Kong então eu tive que ir até o centro da cidade para procurar algum lugar que tirasse foto de passaporte.

Morri em mais US$10 nessa brincadeira aí.

Total parcial: US$50. 

 

5) NO AEROPORTO

Chegando no aeroporto de Hanoi, eu parti direto para a fila da imigração. .

Fiquei uma meia hora esperando e, quando finalmente chegou a minha vez, a tiazinha da imigração apontou uma janelinha do outro lado do saguão.

Que merda!

Tinha que entrar em outra fila, apresentar o passaporte, entregar a tal carta da agência, anexar as fotos e ainda pagar mais US$25 para emitir a porra do visto.

Total da burocra: US$75.  

 

Aí beleza… e se eu te falar que passei 2 dias no Vietnã e gastei uns US$40 dólares no total, você acredita?

Sim, só a burocra do visto me custou quase 2 vezes mais do que 2 noites de hotel, comida, bebida, entrada em museus e noitada.

 

PAÍS COMUNISTA?

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Junto com Cuba e Coreia do Norte, o Vietnã é um dos únicos remanescentes do lado vermelho da força.

Na real, nos 240 anos de história dos Estados Unidos da América, a única guerra que os caras perderam foi justamente a Guerra do Vietnã.

Para quem não manja de história, o Vietnã do Sul (Saigon) amigo dos Estados Unidos perdeu a guerra para o Vietnã do Norte comunista (Hanói), amigo da União Soviética.

Desde o final da Guerra do Vietnã em 1975 não teve nenhum golpe de estado para tirar os vermelhos de lá.

Resultado: o Vietnã ainda é um país comunista em pleno 2016.

Pelo menos em teoria…

Você sabe muito bem o que eu penso de comunista (leia o artigo Não Contrate Um Comunista) mas é bem interessante caminhar pelas ruas e ver estátuas de Lênin, bandeiras vermelhas com a foice do PC do B, outdoors de propaganda estatal e várias homenagens ao “herói” comunista Ho Chi Mihn por toda parte.

Depois de ter estudado socialismo durante tantos anos com meus professores esquerdistas do Colégio Santo Agostinho, eu finalmente tive a oportunidade de ver tudo aquilo com meus próprios olhos e tirar minhas próprias conclusões.

Mas aí… deu tela azul.

 

 


 

 

PAÍS COMUNISTA É O CARALHO

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Na real, É TUDO MAQUIAGEM!

A verdade é que não tem porra nenhuma de comunista ali no Vietnã, pelo menos nas partes de Hanói que eu vi.

Todo mundo ganhando dinheiro…

Infraestrutura urbana limpa e bem organizadinha…

Construção civil bombando com vários prédios modernos de vidro subindo…

Aeroporto mais moderno do que 99% dos aeroportos do Brasil…

Vários Toyota Corollas na estrada de 6 faixas para cada lado que liga o aeroporto de No Bai ao centro de Hanói…

Uma infinidade de motos da Honda e da Yamaha…

Filiais do Burger King, Dunkin Donuts e Domino’s Pizza…

Muita Coca Cola e cerveja Heineken…

Hip Hop americano e house music europeia tocando nas noitadas…

Muitas lojas vendendo roupa barata…

E muito turista gringo com pele queimada…

Cadê o comunismo, Sr. Lênin?

Mano, a Dilma queria transformar o Brasil em um país comunista. Vou te falar que ela ainda estaria no poder se pelo menos usasse o Vietnã como exemplo.

Que pena que ela preferiu levar as coisas pro lado da Venezuela e de Cuba. Se fudeu!

Aí, me arrisco a dizer que o Vietnã é o único país comunista que deu certo. 

Sabe por quê? Exatamente porque aquela porra lá é um fake de país comunista.

Se você não acredita no negão que vos escreve, dá uma olhada nesse artigo do MintPress It Turns Out Communist Vietnam Loves Capitalism More Than Americans Do

Entendeu o porquê da tela azul agora?!

 

Já que você leu até aqui, toma aí um descontinho de 91 reais (27 dólares) para você se hospedar num AirBnb na sua próxima viagem!
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A NOVA CHINA

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Na viagem de Hong Kong para o Vietnã, eu peguei para ler uma obra prima chamada The Rise and Fall of Nations, escrita pelo economista-chefe de mercados emergentes do banco Morgan Stanley Ruchir Sharma.

Que livro bom da porra!

Se você gosta de macroeconomia e se considera uma pessoa intelectual, eu não teria nenhum outro livro para te recomendar.

Papo reto, esse aí foi o melhor que eu li nos últimos 2 anos sem sombras de dúvida.


Não preciso nem falar que o livro só está disponível em inglês.

Mais um motivo para eu convencer o meu leitor que ainda não manja do inglês A TOMAR VERGONHA NA CARA LOGO!

Uma porcentagem ínfima do conhecimento desse mundo está disponível em português. Se você chega ao nível de ler um livro em inglês, teus horizontes vão se abrir de uma maneira muito braba.

Bom, chega de apontar dedo.

O livro tem umas 400 páginas e é um verdadeiro atlas da geopolítica atual. O cara dá uma pincelada rápida e profunda em praticamente todas os grandes players da economia mundial.

Se você se amarrou naquela minha série Olimpíada do Dinheiro, leia esse livro pelo amor de Deus.

Ruchir Sharma passa um bom tempo do livro enumerando as razões pelas quais ele acredita que o Vietnã tem tudo para ser o país do futuro.

Não vou dar spoiler mas um dos principais pontos é o encarecimento da mão-de-obra chinesa ao longo dos últimos 10 anos.

Para os grandes manufatureiros do ocidente, não tá mais valendo a pena enviar as linhas de produção para a China para cortar custos. Os salários subiram demais por lá.

Solução? Encontrar um país na mesma rota marítima com boa infraestrutura, mão de obra qualificada e barata e um governo amigo do progresso.

Vietnã tá ali do ladinho da China, tem acesso para o mar, tem muita mão de obra, é barato pra cacete e tem uma infraestrutura para botar inveja num país do tamanho do nosso.

Aí depois de caminhar um pouco pela rua, consegui mapear um benefício extra que o Sharma não captou no livro: o alfabeto vietnamita!

 

 

O ALFABETO VIETNAMITA

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Bota um peão de fábrica do interior da China para operar uma máquina com instruções em inglês.

Te garanto que o cara vai boiar!

Uma das razões para isso é que o peão tá acostumado aos caracteres do mandarim.

No Vietnã, não tem essa palhaçada de centenas de milhares de caracteres que nem seus vizinhos do norte.

O idioma vietnamita é relativamente parecido com o mandarim mas tem uma grande vantagem: eles adaptaram tudo ao alfabeto romano ocidental! 

As palavras continuam monossilábicas que nem o chinês mas é tudo escrito no nosso alfabeto.

Vou resumir a história dessa mudança de paradigma: o Vietnã era uma colônia francesa que sofria muita influência da China.

Em 1910, os franceses botaram o pau na mesa e disseram: a partir de agora, tua língua vai ser escrita com o meu alfabeto e ponto final.

É claro que tem mais história por trás dessa ocidentalização do idioma vietnamita mas esse post tá ficando longo demais.

Se você quiser se aprofundar nisso, toma um artigo que explica bem essa mudança de alfabeto.

Eu tinha acabado de passar 3 dias na China e minha conclusão foi a seguinte: é muito mais fácil de ter uma comunicação de mão-dupla no Vietnã… tudo por causa do alfabeto.

É verdade que eles têm uma infinidade de acentos em cima até de consoantes… mas dá pra ler direitinho. Na hora de pedir comida, é só ler o menu e fazer um sotaquezinho asiático que o garçom te entende.

Experimenta pedir comida na China em lugares sem menu em inglês! Falei sobre essa roleta russa alimentar naquele post de semana passada 48 Horas na China.

Eu aposto contigo que essa “ponte para o ocidente” do Vietnã vai ser um dos grandes drivers para o futuro do país.

Tem muita grana saindo da China e caindo de pára-quedas no Vietnã.

Estaria mentindo para você se dissesse que não deu vontade de comprar um apartamento ou de investir em empresas locais enquanto tá tudo barato por lá.

Apesar de tanta promessa de prosperidade, os sinais de país subdesenvolvido eram bem óbvios…

 

 

SINAL DE TRÂNSITO PRA QUÊ?

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Uma imagem vale mais que mil palavras.

É uma pena que o Vietnã ainda não descobriu a maravilha que é um sinal de trânsito (farol para os amiguinhos paulistas).

Esse aí é um dos principais cruzamentos da cidade, no canto norte do lago Hoan Kiem.

Demorei uns 10 minutos só pra atravessar essa porra aí… e quase fui atropelado duas vezes.

O engraçado é que as ruas ficam praticamente vazias durante o dia.

Isso porque faz um calor muito brabo. Bateu 6 da tarde e o bafo baixou um pouco, é uma infinidade de motos nas ruas.

Tipo muita muita muita moto!

Salve-se quem puder… não tem faixa de pedestres e nem sinal de trânsito.

O negócio é fechar o cu, prender a respiração e sair driblando as motocas no meio da rua.

 

FALCÃO NEGRO EM PERIGO

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Vamo voltar um pouco pro assunto da Guerra do Vietnã.

Afinal, isso aí é um assunto que me fascina pra caramba por dois motivos:

1) Na infância, eu adorava ver filmes sobre a Guerra do Vietnã como Forrest Gump, Apocalipse Now, Platoon, Fomos Heróis e Nascido Em Quatro De Julho.

2) Passei a adolescência na Califórnia e estudei sobre a Guerra do Vietnã sob o prisma do próprio americano.

E se eu te falar que só descobri que os Estados Unidos realmente perderam a guerra durante a minha visita ao Museu Militar do Vietnã no Centro de Hanói em 2016?!

Papo reto, essa é uma parte da história que os americanos fazem questão de colocar panos quentes.

Pega meu livro didático do Ensino Médio em 2005 e você não vai ver nenhuma referência do tipo “NÓS PERDEMOS A GUERRA DO VIETNÃ E O COMUNISMO VENCEU”.

Não sou muito de visitar museus mas puta que pariu só aquilo ali já valeu toda dor de cabeça que eu tive para emitir o visto para o Vietnã.

Os caras basicamente reuniram toda a sucata de guerra das forças americanas num pátio bem grande e fizeram questão de ostentar aqueles tanques, aviões e helicópteros como troféus.

A parte interna do museu serve basicamente para provar pro gringo que o povo vietnamita é um povo guerreiro.

Mais que isso: o povo vietnamita é um povo vencedor.

Ué… se eu ganhasse uma guerra do todo-poderoso Estados Unidos, eu acho que faria o mesmo.

 

 

FORREST GUMP BOLADÃO

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Já falei nos primeiros capítulos dessa série Negão Asiático que eu viajo para aprender.

Irmão, o cara pode ler trocentos livros e assistir vários documentários sobre a Guerra do Vietnã.

Eu tô na frente desse cara aí porque eu fui até o Vietnã, vi tudo com meus próprios olhos e aprendi com os locais.

Por isso que é bom viajar. Toda a grana que você gasta, você acaba recuperando de volta em conhecimento.

Minha conclusão foi bem simples: o lugar é quente pra caralho!!!!

Papo reto, faz um calor úmido de 40 graus às 8 da noite.

Mano, eu sou preto e tenho genética africana. Não aguentei ficar muito tempo na rua durante o dia.

Agora imagina o soldadinho criado à leite com pera e pão com mortadela lá no frio de Massachussets.

Aí os Estados Unidos botam um macacão de manga comprida nele e mandam ele carregar um M16 pesadão naquele calor do caralho.

É claro que os vietcongs deitaram e rolaram.

Não sei nem como o nosso querido Forrest Gump conseguiu sobreviver.

 

 

Funcionário Público

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Quem acompanha esse humilde blog há muito tempo sabe que tem poucas coisas que eu odeio mais que FUNCIONÁRIO PÚBLICO!

Eu sempre tive pé atrás com a nossa cultura de concurso público mas aquele café com o megainvestidor Luis Stuhlberger foi meio que o divisor de águas. Dá uma olhada no post aqui.

Foi ali que eu concluí que O MAIOR PROBLEMA DO BRASIL É O FUNCIONÁRIO PÚBLICO E O CARGO COMISSIONADO.

E para mudar essa situação, só mudando a porra da Constituição.

Saí do foco. Isso aqui não é um site de política.

Mas aí… no Vietnã eu me senti em casa.

Ué, como assim?

Lá tinha muito mas muito funcionário público boi-na-sombra que nem aqui no Brasil.

Vou dar o exemplo do próprio Museu Militar do tópico anterior.

O museu tinha um funcionário público em cada sala, umas 4 pessoas para vender tickets (sendo que devia ter umas 5 pessoas no museu inteiro no dia que eu fui), mais duas pessoas para tocar a catraca, mais alguns vigias…

E o engraçado é que tava todo mundo no smartphone.

Isso mesmo!

Tava na cara que os caras eram funcionários públicos e eram pagos para não fazer porra nenhuma. 

Estamos em 2016. O que uma pessoa que não tem porra nenhuma para fazer acaba fazendo?

Facebook, Whatsapp, Snapchat…

 

 

SOU MILIONÁRIO

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Usar o caixa eletrônico no Vietnã foi uma das experiências mais loucas da minha vida.

Isso porque eu resolvi ostentar e tirei 1 MILHÃO DE DONGS! 

Dinheiro pra cacete!

No câmbio de hoje, 1 milhão de dongs equivale a bagatela de 145 reais!

A parte mais interessante disso aí é o nome da moeda: DONG!

No dialeto afro-americano, DONG significa PIROCA em inglês! 

Para você não achar que eu tô inventando, toma o print do site Urban Dictionary:

aqaq

 

ARMADILHA DE TURISTA

VELHINHO

O país é muito barato. Isso é um fato.

Mas é o seguinte: só de você não ter cara de vietnamita, nego faz um preço diferente.

Vou te dar um exemplo.

Havia pesquisado que o ônibus entre o aeroporto e o centro da cidade de Hanói me custaria 30.000 dong.

Isso aí dá um pouco mais de 1 dólar.

Apareceu um cara com uma vanzinha dizendo que faria o trajeto por 200.000 dong.

Pô, 6 dólares por um trajeto de 45 minutos no ar condicionado é um bom preço. Do centro de São Paulo a Guarulhos, você paga 3 vezes mais por um serviço de shuttle bem parecido.

Mas é aquela coisa: se o preço normal é 30.000, por que o cara tá querendo me cobrar 200.000?

Porque eu sou gringo!

Mandei ele tomar no cu e, menos de 5 minutos depois, apareceu o “ônibus oficial” do aeroporto com aquela “cobrança oficial” de 30.000 dong.

Aí sim.

Essa parada de discriminação se repetiu várias vezes ao longo das 48 horas que eu passei no Vietnã.

O dilema também né?

Pô, mesmo com o cara tentando me dar volta, o negócio continua sendo infinitamente mais barato que no Brasil.

Essa grana não vai fazer falta pra mim… mas ele tá tentando me operar.

Minha teimosia falou mais alto. Acabou que eu só fui aos poucos lugares que faziam questão de colocar o preço nas coisas por escrito.

Como dizia o Coronel Fábio do filme Tropa de Elite:

CAR

Vietcong filha da puta!

 

 

 

BARACK OBAMA BEBUM

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Depois que eu decidi que ia visitar o Vietnã, veio a hora de escolher a cidade.

A oferta de vôos baratos do meu site favorito Skyscanner me deu duas escolhas.

De um lado, a capital do antigo Vietnã do Sul capitalista Saigon.

Depois da vitória dos vermelhos, Saigon trocou de nome e virou Ho Chi Mihn, o nome do Che Guevara dos vietnamitas.

Do outro, a capital do antigo Vietnã do Norte comunista Hanói.

Escolhi Hanói por um simples motivo: o titio Barack Obama foi dar um rolé lá uma semana antes e a CNN International fez vários reports de quão legal era a capital do Vietnã.

Essa foto aí do título rodou o mundo: Anthony Bourdain e Barack Obama comendo um phô vietnamita num pé-sujo de Hanói.

Aquilo ali na mão deles dois é o orgulho nacional do povo vietnamita: a cerveja Bia Ha Noi!

Fiz questão de ir na birosca e repetir o pedido do negão mais poderoso do mundo.

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Olha eu aí com um phô e uma Bia Ha Noi sentando no banquinho de plástico.

E isso me leva a um dos pontos principais da minha estadia no Vietnã.

TERRA DA CERVEJA

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Mano, quem te falou que Munique é a capital da cerveja mentiu pra você.

Já visitei umas 300 cidades em 40 países e ainda não encontrei uma cidade tão amigável para os cervejeiros de plantão quanto Hanói.

Pagar 15 euros numa cerveja no Oktoberfest da Alemanha é o meu ovo esquerdo.

Se tu gosta de malte e de furdunço, vai lá em Hanoi que você vai se dar bem.

Bia Ha Noi tem uns 4% de álcool e desce mais leve que uma Itaipava da vida.

Eu não sou de beber cerveja (na real, raramente coloco álcool pra dentro) mas até que tava bom.

Agora vem a bomba.

Uma long-neck de Bia Ha Noi dessa que o Obama tá bebendo custa 10mil dongs… o equivalente a uns 40 centavos de dólar.

Fala isso para o americano que tá acostumado a pagar 10 dólares no pint de Bud Light e ele pira.

Calma que o negócio fica pior… ou melhor, dependendo do ponto de vista.

Isso porque os hostels de Hanói oferecem tonéis enormes de cerveja… de graça.

Para hóspedes e não hóspedes.

Sim, senhores! Loucura, loucura, loucura!

O negócio funciona assim:

– De 18h às 19h, a cerveja é grátis no hostel Hanoi Rocks.

– De 19h às 20h, sai todo mundo do Hanoi Rocks e anda 2 quarteirões para mais cerveja grátis no Funky Jungle Hostel.

– De 20h às 21h, a bola da vez é o Hanoi Party Backpacker Hostel.

– Bateu 21h, o Hanoi Rocks traz outro barrilzão de cerveja.

Moral da história: não basta ser um dos lugares mais baratos do mundo para fazer turismo… a capital do Vietnã te proporciona quatro horas seguidas de cerveja grátis.

Eu sei lá como os caras lucram mas eu conheci uma galera europeia que mora em Hanói e faz esses rolés das cervejas diariamente… mesmo não estando hospedados nos hostels.

E o engraçado é que os donos dos lugares nem tretam.

Para eles, é bom ter ocidentais brancos entrando… mesmo para beber de graça.

Aparentemente, grandes grupos de ocidentais brancos num estabelecimento acabam atraindo mais ocidentais brancos através daquela velha psicologia da familiaridade e da segurança.

De um jeito ou de outro, esses ocidentais brancos acabam deixando alguns dólares ou euros no lugar.. seja comprando outros tipos de drinks, cigarros, souvenirs, etc.

Se a estratégia não funcionasse, eu duvido que eles repetiriam a dose diariamente.

 

 

PARTY HOSTEL

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Só para complementar o tópico anterior, olhe bem a foto acima e aprecie com moderação.

Sim, senhores. Uma diária, café da manhã e open bar de cerveja por apenas 6 dólares.

Em que lugar do mundo você vai conseguir uma bolada dessa?

E olha que eu estou falando de um dos bairros mais chiques e turísticos de Hanói. E, sendo a capital de um país “pseudo-comunista”, posso afirmar que Hanói é a cidade mais top do Vietnã inteiro.

Pensa assim: 6 dólares para comer, beber e dormir no Leblon?

Imagina como deve ser o custo de vida numa cidadezinha do interior do Vietnã…

 

 

TINDER NO VIETNÃ

CILADA

Não poderia esquecer do melhor amigo do viajante solo na Ásia: o Tinder.

A real é que eu não fiz bom uso do aplicativo e terminei no zero-a-zero mas deu para tirar boas conclusões sobre os países que eu passei.

Espera eu chegar nos relatos sobre a Indonésia, a Malásia e os Emirados Árabes Unidos. Posso adiantar o seguinte: os três são países muçulmanos que me geraram boas gargalhadas no Tinder.

Bom, vamos analisar essa pretendente vietnamita que tive no Tinder:

“I just want to make friends
If you’re a foreign visitors. we should meet and I’ll take you out”

Foreign visitors… achei estranho ela focar nos estrangeiros assim.

É sempre bom ter amigos locais, né?! Mostrei para um parceiro meu que cresceu no Vietnã e manjava dos paranauês…

A resposta dele me lembrou aquela célebre frase de Sir Antônio Fagundes:

bino

Vou terminar por aqui… se tiver uma pergunta, escreve um comentário aí que eu respondo tudo.

O próximo capítulo da série Negão Asiático é no país mais rico e luxuoso da metade de lá d0 mundo: Cingapura! 

 

NEGÃO ASIÁTICO

Parte 1: Tailândia

Parte 2: China

Parte 3: Hong Kong

Parte 4: Macau

Parte 5: Vietnã

Parte 6: Cingapura (coming soon)

Parte 7: Malásia (coming soon)

Parte 8: Indonésia (coming soon)

 

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