No papel, falo 6 idiomas. Adivinha quantos deles realmente foram úteis na minha vida?
Passei a minha vida inteira estudando idiomas.
Quando tinha 11 anos, meu pai me matriculou na Cultura Inglesa da Tijuca.
Na época, morava na Vila da Penha e passava 1h30 no trânsito só para ir e voltar do curso.
Com 13, depois de uma curta viagem de férias para Buenos Aires, tomei gosto de aprender espanhol.
Estava morando no Recreio e tinha um Fisk na esquina de casa.
Meu pai deu o sinal verde e lá estava eu falando espanhol toda terça e quinta à noite.
Daí fui morar na fronteira entre os Estados Unidos e o México e fiquei ultra fluente nas duas línguas.
Não satisfeito, resolvi aprender mais uma.
Com 16, me matriculei num curso de francês no bairro de Mission Hills lá em San Diego.
Chegava do treino de futebol americano às 18h, tomava um banho rápido e pegava o ônibus para o outro lado da cidade para estudar francês.
Quando fui pra faculdade em Philadelphia, dei um gás ainda maior no francês, terminei o ciclo básico e botei no currículo um certificado de francês para negócios.
Além disso, durante boa parte da faculdade, pegava uma mina do Líbano que só falava francês comigo.
No meu segundo ano de UPenn, ganhei uma bolsa de estudos para fazer um curso intensivo de verão em Florença.
Voltei de lá falando italiano.
Quando tinha 19, fui fazer um intercâmbio de um semestre em Barcelona.
A língua oficial de Barcelona é o catalão e muitos dos professores da universidade se recusavam a dar aulas em espanhol.
Fiz uma forcinha e aprendi o catalão também.
Em teoria, além do português que não conta, são 5 línguas no meu CV.
Wow, Raiam. Que foda!
Pergunta quantas eu usei no trabalho ou em qualquer outra ocasião nos últimos 5 anos?
Inglês… e muito raramente o espanhol. Só!
Por que aprender idiomas em 2015 é perda de tempo?
Tem aquela desculpa de aprender a língua para usá-la quando for viajar.
Não foram uma, nem duas nem três as ocasiões em que me esforcei para falar a língua local de algum país que visitei e a pessoa fez questão de falar inglês comigo.
Cada dia que passa eu me convenço que gastei um tempo exagerado aprendendo línguas.
Papo reto, se eu pudesse voltar no tempo, investiria esse tempo aprendendo as línguas do futuro.
O que são línguas do futuro?
Árabe? Swahili? Mandarim?
Que nada! Os chineses vão ficar fluentes em inglês antes que você consiga aprender os caracteres mais básicos do Mandarim.
Não sei se você parou pra pensar nisso, mas o mundo hoje em dia é monolíngue.
Você vai fazer negócio em qualquer do mundo, eu te garanto que a pessoa-chave do outro lado da negociação vai falar inglês com você.
Quando trabalhava em Wall Street, voei para Tijuana para fechar um negócio com uma empresa de infraestrutura listada na bolsa do México.
Todas as apresentações eram feitas em inglês e os próprios mexicanos falavam inglês entre si quando discutiam coisas relacionadas ao trabalho.
Estamos em 2015 e eu vou falar uma verdade para você.
Se você ainda não é fluente em inglês, TOMA VERGONHA NESSA CARA!
Falta de grana não é desculpa.
O YouTube, o Linguee e o Google estão cheios de recursos sensacionais… e de graça.
Só precisa ter força de vontade e um pouco de disciplina.
Sério… se você tem menos de 30 anos e não consegue formar uma frase no inglês, meus pêsames.
Se for pra aprender uma outra língua além do inglês, pelo amor de Deus não cometa o mesmo erro que eu!
Ao invés de aprender línguas mortas como francês, italiano ou alemão (alemão é língua morta porque 100% da população alemã fala inglês melhor do que você vai falar alemão), aprenda linguagem de programação como PHP, VBA, Python, Hive, HBase e PaaS.
Já há algum tempo, tenho trabalhado na criação de um app e uma plataforma online mas tenho apanhado pra caramba exatamente porque não sei absolutamente nada de linguagem de programação.
Tentei falar catalão com o servidor mas não adiantou em muita coisa não.
Tava lendo um relatório chamado 2015 Salary Survey do site Dice.com.
Eles entrevistaram 25 mil profissionais e perguntaram quais são os skills mais valiosos para o mercado de trabalho hoje em dia.
Nos Estados Unidos, o salario inicial da galera que conhece os novos idiomas da linguagem de programação é de nada menos que 110mil dólares por ano, quase 40mil reais por mês.
Se liga na lista dos 30 idiomas mais importantes do mundo (com o salário anual em dólares de cada uma entre parenteses):
30. RDBMS ($114,100)
29. Java JDBC ($114,234)
28. Sqoop ($114,328)
27. UML (114,372)
26. Documentum (114,494)
25. Arista (114,657)
24. OmniGraffle (114,667)
23. CloudStack (115,043)
22. R (115,121)
21. CMMI (115,567)
20. OpenStack (116,047)
19. Big Data (116,414)
18. Data Scientist (116,936)
17. Solr (117,394)
16. Data Architect (118,104)
15. SOA (118,518)
14. Zookeeper (118,567)
13. NoSQL (118,587)
12. Puppet (120,072)
11. Hive (120,873)
10. Hadoop (121,313)
9. Flume (123, 186)
8. Chef IT (123,458)
7. SAP ABAP (124,262)
6. Pig (124,563)
5. HBase (126,369)
4. Cloudera (128,816)
3. MapReduce (127,315)
2. Cassandra (128,646)
1. PaaS (130,081)
Aí? Te convenci?
Vamos aprender a programar!
Acabou que esse post gerou muito burburinho nas redes sociais e recebi vários emails de elogios, críticas e dicas sobre o assunto.
Separei um texto que o leitor Igor Oliveira escreveu e complementa bem o assunto:
Fala galera!
Meu nome é Igor Oliveira e venho acompanhando todos os textos do Raiam, sejam os livros ou os posts, e cada dia me sinto mais motivado no meu dia a dia.
Esse texto dele sobre linguagens de programação me toca um pouco mais pq é exatamente o que eu acredito.
Sou sócio em uma empresa que faz apps para celular, a iPloDev, e vim falar um pouco sobre linguagens de programação, ou simplesmente programação, pq isso faz parte do meu dia a dia desde pequeno e principalmente, pq talvez não faça parte do seu.
Sou adepto da ideia que TODOS deveriam saber programar, mas não é para sair correndo e se inscrever em todos os cursos online que vc encontrar nos próximos minutos.
Mesmo que tenha muita coisa legal e de graça por aí.
Programação é uma ferramenta, que pode servir para todo mundo, mas você tem que conseguir identificar para que ela serve para você.
Fazendo a comparação entre um curso de inglês, a maioria das pessoas não faz um curso de inglês para ser professor de inglês.
O que eu quero te dizer é que se vc escolher uma linguagem de programção muito específica, ela pode não ter utilidade para você a não ser que você vá trabalhar especificamente com programação.
Como a idéia é que você utilize a programação como uma ferramenta para te ajudar na sua vida, a melhor escolha seria linguagens mais padrão, como java, php, python, html5, c++.
Além disso ao escolher essas linguagem mais “famosas” será mais fácil encontrar livros, tutoriais, video aulas e etc.
Bem, era só esse toque mesmo…
Mas antes de me despedir vou deixar mais uma dica.
A melhor maneira de aprender programação é colar em alguém que você conheça e que já saiba alguma linguagem, e aprender a linguagem que essa pessoa domina melhor…
Assim como linguas estrangeiras, depois que vc aprende uma linguagem de programação fica muito mais fácil de aprender outras.
E se você não conhecer ninguém que possa ser seu tutor, cola aqui que tu tá bem: http://online-learning.harvard.edu/course/cs50-introduction-computer-science
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Boa, mano! Da importância do inglês não tenho dúvidas, mas e aí, qual é dessa: “Toma vergonha na cara?” Cada um tem suas limitaçoes e dificuldades de aprendizado.
Eu faço ingles 2 vezes por semana há 4 anos, assisto seriados com legenda em inglês, vejo vídeos de canais de ingles no youtube, leio livros em inglês (ainda com uma certa dificuldade), jogo football (e tenho contato com mto termos em inglês), arrisco falar com uns gringos de vez em quando, mas ainda assim tá bem difícil.
Meu plano B é viajar pra gringa, se não para os EUA ou Canadá, vou-me para Africa do Sul, ver se fico no mínimo 6 meses. A grana tá curtíssima, então vou evoluindo devagarzinho no sapatinho.
Tem mais alguma dica/sugestão?
Abraço!
Por isto mesmo que ninguem se importa emapredner algum Portugues antes de ir ao Brasil. Para que perder tempo com esta bobagem? Vao falar Ingles de volta. Se faltar ingles, quem sabe podem se comunicar com Assembly mesmo….
Olá!
Entendo seu ponto de vista quando o objetivo é utilizar uma língua universal – inglês – para o trabalho ou estudos. Realmente as outras línguas terão pouca ou nenhuma utilidade para esses fins, porém, não existe prazer maior em ler uma obra na língua original em que foi escrita, como o francês e o espanhol. Falo com certa fluidez essas duas línguas, além do inglês e é muito gratificante poder entrar em um restaurante em um outro país e poder discutir com o garçom ou conversar com alguém da outra mesa na língua local. O inglês só vai nos proporcionar isso nos países anglófonos. O inglês não nos proporciona isso na França, na Espanha ou em nenhum outro lugar. Definitivamente, aprender outros idiomas e poder utilizá los efetivamente não tem preço .
Boa raiam, legal se compartilhar essa visão de mundo sua e suas opinioes tendo em vista que você pensa mais global. Pra mim que não sei ainda nem inglês e que meu mundo é totalmente brasil, a sua opinião valeu demais. Me abriu novos horizontes… abs
Bacana!
Não é atoa que este mês o sistema educacional australiano retirou da grade de ensino história e geografia, introduzindo linguagem de programação desde a alfabetização.
Vamos pensar? Geografia e História preciso aprender na escola com uma internet que lhe dá aula até do espaço sideral? A google já está mapeando a ViaLactea e as escolas estão ensinando formação geológica do solo/bioma/memorizar capital de países….quem descobriu o Brasil/queda da Bastilha/iluminismo??? Está tudo na internet como um banco de dados que pode ser consultado de acordo com seu demanda.
No Japão fizeram o mesmo no mês passado, só que no âmbito universitário – eliminaram os cursos de humanas e vão focar nos cursos de exatas.
É uma tendência? Acredito que sim e o Brasil como sempre anos luz atras…lembram daquela regrinha competitiva?
Líder inovador, seguidor rápido, seguidor lento, não seguidor…advinha qual é o Brasil???????????????????????????????????????????
Abraços e obrigado por compartilhar suas experiências.
Raiam, aprecio sua visão. Aqui vão umas dicas:
1) Seja designer, não engenheiro:
http://blog.invisionapp.com/product-design-documentary-design-disruptors/
2) Entenda Pascal, é o latim digital.
3) Busque grupos no Facebook da linguagem que quer dominar.
Abraços.
Fala Raiam! Te acompanho há um tempo pelas redes sociais e to lendo seus dois livros. Acabei o Ousadia ontem, muito bom mesmo, continua nessa pegada que tu vai longe. Queria trocar uma idéia sobre o que você escreveu sobre a importância da programação. Assim como você estudei no Colégio Santo Agostinho e ano que vem vou entrar para a faculdade de Economia. Dada a sua experiência no mercado financeiro, você acha que o cara aprender programação faz uma real diferença no trabalho dele? Ou não seria melhor investir o tempo aprendendo um terceiro idioma?
Abraços
Nessa área, o inglês e o EXCEL são fundamentais. A linguagem de programação para o mercado financeiro chama-se VBA! Cai dentro!
Valeu Raiam! Vou pegar uns livros e uns vídeos no youtube pra aprender. Depois passo um feedback. Abraço!