Ficou curioso com o título, né?
Vou te provar ao longo desse post que montar essa “multinacional” é muito mais fácil do que parece.
Calma que não é pirâmide de Herbalife, nem Monavie, nem BBOM…
Continua lendo aí que você vai entender.
RELAÇÕES INTERNACIONAIS É O C$&*#%!
Tenho um diploma de Relações Internacionais e vou te mandar a real: não aprendi quase nada útil para minha vida profissional em 4 anos de faculdade.
Eu dei até uma palestra no IBMEC falando sobre esse meu dilema pessoal dentro do curso de relações internacionais. Quando você tiver um tempo, vai lá no meu canal do YouTube e dá uma olhada na palestra FILOSOFIA UNDERDOG.
Para não dizer que todo aquele tempo estudando humanas na College of Arts and Sciences da University of Pennsylvania foram completamente jogados fora, teve uma parada que eu levei para o resto da vida: o conceito da arbitragem geográfica.
ARBITRAGEM GEOGRÁFICA
Que porra é essa de arbitragem geográfica, Raiam?
Falei um pouco sobre esse conceito naquela análise microeconômica que fiz sobre a lucrativa profissão de prostituta de luxo lá no post A Economia do Puteiro Mais High-End de São Paulo.
No post, eu usei o exemplo do declínio da profissão de designer por causa da competição estrangeira. O pensamento era o seguinte:
Por que eu vou pagar R$1.000 no designer do escritório ali na esquina se eu consigo o mesmo serviço por $5 dólares lá na Índia?
Arbitragem geográfica é isso aí: concluir que certo produto/serviço é mais barato em outro lugar e aproveitar essa discrepância para gastar menos.
Aí vai aparecer um monte de hater defendendo a profissão e dizendo que o designer brasileiro faz todo um trabalho de briefing e posicionamento de marca que o cara da Índia não faz, etc…
Minha resposta para essa galera é simples:
FODA-SE!
Caramba, Raiam! Pra quê tanta agressividade?
Bom, eu mesmo perdi meu primeiro emprego por causa desse fenômeno da arbitragem geográfica.
Eu conto isso mais detalhadamente no meu terceiro livro WALL STREET mas eu ganhava muito dinheiro para fazer tarefa X lá no escritório de Nova York.
Daí as taxas de câmbio descolaram e meus chefes descobriram que podiam contratar um cara ganhando 4 vezes menos que eu para fazer a mesma tarefa X… só que em outro país.
Não posso me lamentar: é o livre mercado e ponto final.
Como eu falei naquele post das putas de luxo, a única lei do mundo que o homem não consegue manipular é a Lei da Oferta e da Procura.
Sabendo disso, eu tenho duas opções:
1) Me faço de vítima, fico me lamentando e lembrando dos dias áureos de dinheiro e do lifestyle novayorquino
2) Me adapto e me prontifico a fazer uma parada tão bem até o ponto de ficar insubstituível naquilo.
Confesso que tentei a alternativa 1 durante um bom tempo… e não deu muito certo não.
O mundo muda muito rápido, cara.
Eu conheço muita gente sem diploma ganhando dinheiro pra cacete com menos de 25 anos…. e também conheço muita gente com diploma, pós, mestrado e décadas de experiência que estão penando para arrumar emprego de R$4mil/mês.
Por que isso?
Por que esses caras do segundo grupo não souberam se adaptar às mudanças… especialmente àquelas que vêm do mundo digital.
COMO EMPREENDER SEM TER GRANA
Tirei um ano sabático vivendo só de renda e acabei perdendo uma grana federal no mercado de derivativos de commodities na bolsa (um dia eu conto mais sobre isso aqui no blog).
Zerei com 23 anos e não tive outra escolha: partiu trabalhar em escritório e ser pseudo-escravo de 9 às 18h.
No fim de 2015, aconteceu uma parada comigo que deve acontecer com muita gente da nossa idade por aí…
Eu simplesmente enchi o saco de bater cartão no escritório…
De trocar minhas preciosas horas por uma micharia…
De viver a semana inteira pensando na sexta-feira…
De viver o ano inteiro pensando nas férias…
E de ouvir desaforo de chefes que estavam mais perdidos do que cego em tiroteio e que só sabiam perder dinheiro dos acionistas…
Resultado? Cheguei a conclusão de que eu realmente não sou um cara empregável (leia o post Conferência ENE pt.4: Você é empregável?)!
Pedi demissão do fundo de investimento que eu trabalhava e resolvi CORRER ATRÁS DO MEU PRÓPRIO PEIXE.
O problema é que eu não tinha grana para bancar capital de giro e nem para contratar gente em CLT.
Cá entre nós, É CARO PRA CACETE CONTRATAR GENTE AQUI NO BRASIL, hein? Você acaba pagando o dobro do salário da pessoa só para o governo.
A solução que eu encontrei foi criar uma estrutura enxuta, usar a criatividade e alavancar o conceito da arbitragem geográfica através do site Fiverr.
MEU NETWORK GLOBAL
Como eu falei no título, consegui juntar uma galera ao redor do mundo para trabalhar comigo. Se liga no naipe dos meus “colaboradores”:
No Bangladesh, tem um camarada chamado Nahid que cuida da base de dados da minha startup.
Na Índia, tem o Mohit que me ajudou a programar o código PHP do software.
No Paquistão, tem a Amna que desenhou a capa do meu livro Hackeando Tudo.
No Sri Lanka, tem o Muneeb que faz as artes dos posts da minha fanpage do Facebook.
Nas Filipinas, tem o Jeffrey que cuida da diagramação e do EPUB dos meus livros.
Em Laos, tem um cara chamado Milon que me ajuda com qualquer parada de Excel.
Na Moldávia, tem o Rick que faz a manutenção dos códigos aqui do MundoRaiam.
Na Grécia, tem o Alex que desenhou o logo e toda a identidade visual da startup.
Na Ucrânia, tem o Andriy que criou o MundoRaiam do zero.
Na Rússia, tem o Oleg que criou o meu antigo site RaiamSantos.com.
Nos Estados Unidos, tem o Tom que me ajudou a entrar na lista dos best-sellers do Amazon e não sair mais.
Na Espanha, tem a Candela que traduziu o Ousadia e o Wall Street do português para o Espanhol.
Na França, tem a Rebecca que fez a versão francesa dos meus livros.
Em Portugal. tem a Clara que cuidou da versão espanhola do livro Hackeando Tudo.
Na Bahia, tem a Tairis que é tipo meu braço direito tanto em data entry quanto na produção de links.
Em Porto Alegre, tem o Hiago que edita vídeos para mim.
Em Rio das Pedras, tem o Leandro Ice que desenhou a capa do livro Ousadia.
Fora essa galera, ainda tem os meus sócios Mario Schwartzmann, Gui Pinheiro, Felipe Pereira, Leo Borba e Flavio Luz, cada um em um business diferente.
Aí você me pergunta: Raiam, como você achou essa galera toda?
O primeiro passo que eu dei foi comprar o livro Four Hour Workweek do Tim Ferriss.
Aquela porra mudou a minha vida!
Depois dos toques do Tim para construir um “império” e automatizar a renda, comecei a usar plataformas de freelancers como o Fiverr e o Upwork (ex-ODesk).
Sim, foi aí que eu encontrei a maior parte dessa galera.
O FENÔMENO FIVERR
Vou explicar com funciona o Fiverr porque pode abrir portas para muita gente que tá com ideias na cabeça mas não sabem como executar.
O Fiverr é basicamente um marketplace com gente de tudo quanto é lugar do mundo oferecendo os mais variados tipos de serviço.
Os “gigs” custam apenas 5 dólares… por isso o nome FIVE-RR.
Se liga no que eu já consegui fazer na plataforma… tudo por uma micharia de 5 dólares:
– Consegui alguém para fazer os moldes 3D dos meus livros Hackeando Tudo, Ousadia e Wall street
– Consegui alguém para desenhar um logo maneiro
– Consegui alguém para desenhar meu business card
– Consegui alguém para instalar o Google Adsense no meu site e passar a gerar dinheiro com anúncios aqui
– Consegui alguém para desenhar vários templates legais de Power Point
– Consegui alguém para montar o slide-deck de uma palestra que eu dei
– Consegui alguém para escrever a tablatura de uma música que eu queria tocar na guitarra há uns 10 anos mas nunca havia conseguido tirá-la de ouvido
– Consegui alguém para montar uma série de abdômen pesadona
– Consegui alguém para traduzir meu livro para outra língua
– Consegui alguém para fazer uma landing page para mim
– Consegui alguém para produzir infográficos para as apresentações institucionais de PowerPoint de pitch
O princípio é o seguinte: sou um cara ocupado pra cacete então minha hora de trabalho acaba sendo cara.
Vamos dizer que uma hora de trabalho minha vale R$200.
Se eu puder delegar uma tarefa administrativa para alguém que ganha R$20 por hora, eu saio no lucro e posso focar em tarefas que considero mais produtivas.
Eu discordo quando nego fala que tempo é dinheiro.
Se você perde dinheiro agora, você pode facilmente fazer aquela grana amanhã.
Se você perde uma hora da sua vida fazendo algo anti-produtivo, aquela hora não volta nunca mais!
Bom, chega de filosofar e vamo lá usar a plataforma Fiverr.
SIGNUP
Primeiro, entra lá no Fiverr para se cadastrar clicando nesse logo preto aí.
PROCURANDO UM FREELA
Depois de se inscrever, dá uma navegada pelo dashboard.
Você pode contratar gente para executar jobs nas seguintes categorias:
–Design Gráfico (Ilustração Digital, Cartão de Visita, Webdesign, etc)
–Marketing Digital (Domínios, SEO, Email Marketing, etc)
–Escrita & Tradução (Revisão de textos, copywriting, tradução, etc)
–Vídeo & Animação (Whiteboard, promos, YouTube, etc)
–Música & Áudio (Efeitos de som, dublagem, edição de áudio, etc)
–Programação & Tecnologia (WordPress, Aplicativos, E-commerce, etc)
-Negócios (Apresentações, Business plans, virtual assistants, etc)
–Publicidade (Flyers, banner ads, video ads, etc)
–Diversão & Bizarrice (coisas escrotas)
O legal é que a grande maioria dos gigs custa 5 dólares.
Se você quiser algo mais incrementado tipo criar um site grande, montar um aplicativo para Iphone ou traduzir um livro inteiro, o freelancer vai te cobrar um “extra gig”.
O máximo que eu paguei por um gig no Fiverr foi US$100.
No Upwork, cheguei a gastar mais porque uso o Upwork para jobs mais complexos que envolvem código de programação. Se você entrar nessa também, recomendo programadores ucranianos sobre a galera da Índia, Bangladesh e Sri Lanka.
É impressionante o quanto os ucranianos manjam de programação e são bons de trabalhar!
O pagamento é feito via Paypal ou cartão de crédito e tem um fee de processamento de 50 centavos de dólar por operação. Eu particularmente prefiro colocar tudo no PayPal.
INGLÊS É FUNDAMENTAL
O título é bem auto-explicativo, né?
Toda comunicação com os freelancers/colaboradores do Fiverr é feita em inglês. É verdade que tem uns gatos pingados do Brasil lá mas são bem poucos ainda.
Você tem que escrever tudo com muita clareza.
Se tu escrever uma parada sem-noção, o teu freelancer pode entender errado e fazer um job totalmente diferente do que você pediu.
Agora eu vou te mandar uma real bem real: se você não sabe se comunicar em inglês VOCÊ É UM MERDA!
Isso mesmo!
Estamos em 2016… não tem desculpa, cara.
Ahh Raiam, é que eu eu não tive as mesmas oportunidades que você e que minha família é muito pobre…
Bullshit! Eu conheço pelo menos uns 100 recursos grátis para aprender inglês escrito e falado online. YouTube é o melhor deles.
Você não sabe inglês porque é um preguiçoso mesmo e ponto final!
POR QUE O FIVERR É TÃO BARATO?
A resposta é bem simples: o custo de vida em certos países da América Latina e do Sudeste Asiático é muito menor do que aqui.
Meus pais moraram dois anos em Calcutá lá na Índia e pagavam tipo 50 dólares por mês para a empregada de casa. E aquilo era um mega-salário para os locais!
Hoje em dia, eu tenho um freelancer lá das Filipinas me ajudando com tarefas administrativas.
Papo reto: ele consegue alimentar a família dele inteira com os 20 dólares que eu mando para ele executar umas paradas para mim como “virtual assistant”.
Como as tarefas são bem simples e não levam muito tempo do dia dele, ele consegue trabalhar para uns 10 “chefes” do exterior ao mesmo tempo.
Resultado: ele ficou bem de vida pra caramba por causa do Fiverr.
Cinco dólares pra nós não paga nem um Red Bull na balada.
Para essa galera do Fiverr em países longínquos, faz uma diferença do caralho!
COMO GANHAR DINHEIRO (EM DÓLAR) NO FIVERR
Acho que o Fiverr também é uma boa para você ganhar uma graninha dolarizada… papo reto!
Dá uma pensada aí no tipo de trabalho que você pode oferecer: data-entry, tradução, voice-over, programação, etc.
Daí você cria teu perfil e vai aparecer uma galera querendo te contratar por tarefas curtinhas (se você tiver um perfil legal, of course).
Não tô dizendo para você largar teu trampo e a faculdade para fazer gigs no Fiverr. Mas dá para fazer uma graninha legal e colocar alguns dólares na conta.
Mãos à obra… e pára de reclamar que não consegue executar suas ideias empreendedoras!
~Raiam
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