Quer trabalhar em Wall Street? Leia "The Running of the Bulls"

The Running of the Bulls – Inside the Cutthroat Race From Wharton to Wall Street

Nicole Ridgway

Não sou cara de me emocionar com leituras, muito menos quando se trata de livros de finanças e economia mas esse aí foi foda. Puta que pariu, QUE LIVRO REAL!

Durante décadas e décadas, a Wharton School of Business foi considerada a melhor universidade de negócios dos Estados Unidos. Hoje é a faculdade com mais bilionários entre os ex-alunos e também a faculdade com mais CEOs de empresas do Fortune 500.

De 2006 pra 2007, tinha me decidido para o caminho da economia e do business. O boom das commodities estava começando, os analistas internacionais começavam a qualificar o Brasil como o país do futuro, o termo BRICs começou a ser usado como sinônimo de progresso e tinha muita gente ganhando dinheiro na bolsa.

Daí na hora de escolher as faculdades, abri o ranking da U.S. News and World Report e vi a Wharton lá em primeiro. Meu velho sempre foi disciplinador e perfeccionista e tudo na minha vida tinha que ser o melhor. Tinha que estudar na melhor escola, tinha que ser o melhor estudante daquela escola, tinha que me matricular no melhor curso de inglês, jogar futebol na melhor escolhinha do Rio e por aí vai.

Não sabia porra nenhuma da universidade. Não fazia idéia de que a Wharton era parte da University of Pennsylvania, nem que ficava na Philadelphia, nem que custava quase meio milhão de dólares para se formar, nem que admitia pouquíssimos estudantes brasileiros.

Nem sabia se tinha preenchido os requerimentos básicos para entrar. Se era a #1 do ranking, o mínimo que eu tinha que fazer era tentar entrar. Preenchi o application, enviei minhas notas, pedi umas cartas de recomendação para uns professores das antigas, escrevi umas redações e comecei a rezar.

Quase uma década depois, dei de cara com esse livro no meio de umas tralhas lá em casa. Em The Running of The Bulls: Inside the Cutthroat Race From Wharton To Wall Street, a autora descreve a vida universitária dos estudantes de Wharton através da história de 5 jovens de backgrounds completamente diferentes. Vai da euforia do momento que os jovens recebem a notícia da admissão até a ralação pós-formatura no mundo corporativo de Wall Street.

O livro é estruturado como se fosse uma corrida, uma competição. São os 5 contra o resto dos estudantes fazendo de tudo para conseguir um trabalho num grande banco de investimento ou firma de consultoria em Nova York. Vale tudo! Uma nota B- em finanças pode significar a diferença entre um trabalho de US$10mil por mês em Nova York e o desemprego pós-formatura.

E é impressionante a quantidade de realidade em cada parágrafo. Parece que ela me entrevistou e escreveu a porra do livro. E ela mapeia a experiência dos alunos ano a ano. O freshman year é o ano das descobertas. Você descobre que ninguém é teu amigo e deixa de viver no mundo da fantasia. Quando o objetivo de todo mundo é o mesmo e as vagas são limitadíssimas, there will be blood!

O sophomore year é o ano da ralação. Contabilidade, finanças, estatística, economoetria e cálculo é só pra quem gosta. Muita gente cai pelo caminho no segundo ano.

O junior year é o ano do intercâmbio no exterior e da correria por estágios em Wall Street. Passa 6 meses na Europa fingindo que está estudando e na hora de voltar, é bombardeado por uma bateria de entrevistas de trabalho.

O senior year é o ano da dualidade. Quem estagiou nas férias e foi efetivado, tira um ano inteiro de “férias”, desfrutando do bônus gordo que a futura empresa dá de presente depois que você assina o contrato. Quem não tem emprego, se mata o ano inteiro para arrumar um e morre de inveja da galera com boi na sombra.

Caralho, sabe de uma coisa? Fiquei galudão aqui com esse post e vou escrever um livro baseado nisso aí. Puta que pariu, tem muita história pra contar.

Enquanto o meu não sai, quem quiser esse aí me dá um toque. O Running of the Bulls é um dos poucos títulos que eu tenho a cópia física em mãos.

Feliz Natal, cambada!

“

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