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Virei empreendedor de palco!

Kobe Blog
Escrito por Kobe Blog em 22/04/2016
Virei empreendedor de palco!

Há uns tempos atrás, um cara chamado Samuel Pereira me mandou um inbox elogiando meu livro Hackeando Tudo: 90 Hábitos Para Mudar o Rumo de Uma Geração.

Até aí tudo bem… recebo umas 100 mensagens parecidas por dia e faço o meu melhor para responder uma por uma.

Só que esse camarada foi um pouco além: ele me ofereceu um convite VIP para uma conferência que ele mesmo estava organizando em Belo Horizonte, a Segredos da Audiência

Dei uma olhada no link do evento e logo lembrei daquela série de artigos sobre o tal “Empreendedorismo de Palco” que pipocou pelas redes sociais de uns tempos pra cá.

Se você não sabe do que estou falando, vai lá dar uma olhada nos seguintes posts do Medium:


Por que a indústria de empreendedorismo de palco irá destruir você

Drogas e Empreendedorismo de Palco: como alienar uma geração e ganhar dinheiro vendendo coisas que ninguém fez pra chegar lá.

Aceitei na lata.

Por que não? Quem leu meu segundo livro Turismo Ousadia: Como Conquistar o Mundo Ainda Jovem sabe que eu me amarro numa conferência.

No capítulo 12, eu descrevo como eu consegui trocar ideia com o Rei da Espanha Felipe de Borbón (na época era príncipe ainda) na conferência Wharton Global Forum de Madrid em 2010. Tinha 20 anos de idade na época.

Se tu não estiver a fim de pagar 10 contos no livro, tenho os registros em vídeo dessa “conquista” aí embaixo:

 

Nessa ocasião de Belo Horizonte, o pensamento foi o seguinte: vou lá conhecer gente.

Na pior das hipóteses, eu escrevo um mega artigo criticando a indústria no meu blog, faço viralizar nas redes sociais e ainda ganho um dinheirinho de ads em cima do tráfego gerado.

Quem me acompanha aqui nesse humilde blog sabe que eu sou um cara curioso pra caramba e nunca tive problema em pisar em “território hostil”.

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Para quem já viajou para o Território Palestino no meio da guerra, visitar a conferência do “inimigo” em Belo Horizonte seria uma missão bem tranquilinha.

 

 

Que nem pirâmide

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Cheguei em Belo Horizonte de madrugada no sábado e fui direto para o luxuoso hotel Ouro Minas, onde estava sendo realizada a conferência.

Vou te falar que a primeira impressão não foi boa não.

De tudo o que as más línguas falavam sobre a indústria, os primeiros 15 minutos de conferência provaram ítem por ítem.

Palco…

Telão…

Idolatria…

Música alta…

Massagem de egos…

Pessoas hipnotizadas na platéia…

Aí me lembrei de uma das maiores roubadas que eu caí: um pirâmide chamada Monavie!

Caralho, até rimou.

E eu já falei sobre isso muito abertamente aqui no blog.

Em 2012, eu trabalhava em Nova York e fazia muitas viagens de negócios para São Paulo.

O Brasil estava no auge do boom das commodities então meus chefes me mandavam em missões com investidores e empresas por aqui (depois dá uma olhada no meu terceiro livro Wall Street).

Numa dessas idas a São Paulo, fui tomar uma cerveja com um camarada no Jardim Paulista e ele me apresentou para uma amiga.

Papo vai, papo vem: gol!

E não foi apenas um gol… foi um dos melhores gols da minha carreira.

O que acontece com o ser humano que te ajuda a “se dar bem” com o sexo oposto?

Ele ganha a tua confiança PARA SEMPRE.

Lembra daquela análise microeconômica que eu fiz no post A Economia do Puteiro Mais High-End de São Paulo?

Uns meses depois, voltei para São Paulo e encontrei esse mesmo camarada.

Ele me convenceu de ir a um evento num auditório na Avenida Paulista com uma pegada muito parecida com o Segredos da Audiência… e eu saí de lá 4mil reais mais pobre.

Sim, trabalhava num grande banco de investimento dos Estados Unidos…. mas fui otário suficiente para “investir” na pirâmide do Monavie na expectativa de gerar uma renda secundária.

Sim, também sentia que estava na dívida com meu amigo faraó por causa daquele “gol” que ele me ajudou a marcar.

Você adivinhou o resultado: aqueles 4mil reais viraram pó num estalar de dedos.


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Pré-conceito

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Sofri preconceito a vida toda e aprendi a lidar com isso através do “Poder do Foda-se”. Falei um pouco sobre esse conceito naquele post Preto Vítima?! Eu não!

Até hoje, quando eu ando pela rua de noite, as senhoras atravessam ou escondem as bolsas pensando que eu sou assaltante.

Mal sabem elas que eu li 267 livros no ano passado hehehe.

Na real, eu não condeno.

Eu mesmo ficaria com medo se visse um negão alto, forte e com cara de marginal andando na minha direção às 11 da noite.

O ser humano é preconceituoso por natureza. Tá no DNA.

O meu preconceito com o “empreendedorismo de palco” chegou ao clímax ali naqueles primeiros 15 minutos de conferência.

Mas da onde vem o preconceito do ser humano?

Da assimetria de informação e de conceitos pré-programados no nosso subconsciente.

A gente os aceita como verdade exatamente porque a gente não sabe nada sobre aquilo. Tipo: todo preto é favelado… toda loira é burra… todo “empreendedor de palco” é salafrário-filha-da-puta-alienador-de-pessoas.

 

 

Agregando valor

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Não demorou nem 2 horas de evento para eu quebrar meus preconceitos com aquela porra.

Ué, Raiam? Não era você que era um dos maiores críticos do tal empreendedorismo de palco?

No meu mundo, empreendedores de palco eram pessoas que vendem a fórmula do sucesso… sem nunca terem vivido aquilo e nem tido resultados concretos em suas vidas… transformam aquela informação em cursos online e cobram 5 mil reais por cada um.

Qual foi o turning point?

Simples: quando eu dei por mim, já havia escrito umas 40 páginas de anotações. Era quase impossível aquela galera do palco ter inventado tanto conteúdo interessante sem viver aquela porra.

Do nada, meu caderno estava lotado de coisas que eu podia implementar no meu próprio negócio online e também nas estratégias de marketing dos meus livros.

Pensei assim:

“Caralho, e não é que eu tô aprendendo?”

As palestras eram carregadas de sacadas sobre conversão, SEO, redes sociais, pixels de Facebook, segmentação de público, CPM, CPC, CPV, Facebook Marketing, Google Analytics, plug-ins de WordPress, captura de emails, técnicas de story-telling, técnicas de copy-writing, gestão de blogs, escolha de títulos, Adsense, Adwords, Hotmart, meios de pagamento, emissão de nota fiscal, skills de vendas, skills de negociação…

Papo reto: coisas que são mais importantes no mundo atual do que 98% dos conceitos que eu aprendi na faculdade.

Mano, saí até desconfortável da sala.

Era tanta mas tanta coisa que eu precisava implementar no meu próprio negócio que deu vergonha.

Não me leve a mal: eu sou uma das únicas pessoas que conseguem viver de livros no Brasil, o MundoRaiam é um blog de sucesso e eu sou muito grato por isso.

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Só que eu fiz tudo sozinho…

Nunca teve ninguém com experiência no business de internet que sentou comigo e disse:

“Raiam, baixa esse plug-in” 
“Raiam, usa esse tipo de links”
“Raiam, escreve desse jeito para alavancar seus livros”

Aí vem uma frase que eu ouvi por aí há uns anos atrás que resume tudo:

“Quer ir rápido? Vá sozinho! Quer ir longe? Vá acompanhado!”

 


 

Bullying nosso de cada dia

Todo mundo lá sabia que eu era um dos maiores críticos do empreendedorismo de palco.

Uns mantinham a distância e me olhavam como apenas mais um hater frustrado…

Outros vinham me elogiar e agradecer pelo valor que o Hackeando Tudo agregou na vida deles.

E outros tentavam “me converter” para aquela indústria dos infoprodutos dizendo coisas do tipo:

“Cara, você é um cara que tem muito a ensinar e tem um público muito grande e fiel. Já pensou em lançar cursos online?”

Minha resposta era sempre a mesma: estou focado na minha nova startup Mestrix (que por sinal, acabou de lançar a versão teste esse fim de semana).

Fui jantar com uma galera do evento. Papo vai, papo vem, eu me senti desconfortável de novo.

Sabe por quê?

Porque os muleques estavam falando em 60mil, 100mil, 200mil reais como se fossem 60 reais.

E contaram histórias de uns caras da nossa idade que estavam gerando 1 milhão de reais de faturamento… por mês!

Quando eu falei quanto eu ganhava pela internet, os caras começaram a rir.

empreendedorismo de palco

Cara, minha receita atual me bota no top-1% da população brasileira. Ali naquela mesa, eu era tipo “Bolsa Família”.

“Raiam, um cara com um público do tamanho do seu devia estar tirando no mínimo 5x o que você tira”

Porra, Raiam! Você só pensa em dinheiro, cara!

Simplesmente eu tenho um produto que é bom e comprovado. Ou você não viu a quantidade de comentários positivos de pessoas que realmente mudaram de vida depois de lerem o Hackeando Tudo?

O que está faltando? Ganhar escala! Atingir mais pessoas!

Mas como é que eu vou pegar meu produto, seja ele o Mestrix ou o Hackeando Tudo, e colocá-lo na mão de 1 milhão de pessoas?

Aprendendo com essa galera aí…

A conclusão ali foi uma só:

“Estou operando bem abaixo do meu potencial”

Irmão, eu adoro tomar “tapas na cara” como esse.

Por quê? Porque eu sou um cara que é movido a desafios.

Todas as vezes da minha vida que eu me senti desconfortável daquele jeito, eu fui lá e toquei o terror!

Daí a galera da mesa passou quase 2 horas fazendo brainstorm comigo de maneiras que eu posso alavancar meu negócio online.

O engraçado é que todos eles cobram alto por isso… e fizeram ali na mesa do bar… na amizade mesmo.

Nem se eu gastasse 20mil reais em cursos e workshops, eu aprenderia tanto quanto aprendi nas palestras e naqueles bate-papos.

 


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Tem filho da puta sim!

Pô, Raiam… afrouxou? Você era um cara bem mais agressivo que isso, hein?!

Vou te mandar a real aqui: dos 20 palestrantes que subiram ao palco, teve 1.5 caras que eu fiquei com um pé atrás.

No primeiro, a vontade que dava era de levantar da minha cadeira e enchê-lo de porrada sim.

O cara mostrou claramente que ganhava dinheiro vendendo fumaça e alienando pessoas…. vendia felicidade mas dava pra ver que ele era um cara totalmente frustrado só de olhar nos olhos dele.

Ele ainda queria empurrar um produto de 5 mil reais goela abaixo da gente… usando aquelas técnicas baratas de programas daqueles comerciais de produtos gringos dos anos 1990.

“Se você ligar agora para o 0800, você receberá não um, mas 2 exemplares do nosso produto… mas tem que ser agora”

Coloquei 1.5 porque teve outro cara que eu fiquei com o pé atrás porque ele repetiu muito a palavra “sucesso” na palestra dele.

Não me leve a mal: já fiz muito isso nas minhas próprias palestras. Mas, ao longo do tempo, aprendi que vender conceitos subjetivos como “sucesso” era um mega red-flag.

Por causa dos meus próprios erros, aprendi a tomar cuidado com as pessoas que se posicionam “eu sou a definição do sucesso, você está aí embaixo… para chegar aonde eu estou, você tem que fazer exatamente igual ao que fiz”.

Mano, vira essa boca pra lá! Cada um tem a sua história, cara… que autoridade você tem para subir nesse palco e falar que eu sou um merda assim na cara dura?

Na real, ainda não tenho uma opinião formada sobre o “0.5 filha da puta” porque ele parece ser um cara gente boa.

Mas é aquela parada: tem filha-da-puta-salafrário-enganador em tudo quanto é lugar… até dentro das igrejas.

A gente tem que saber é filtrar.

No meu caso, filtrei 1.5 em 20.

Isso significa que menos de 10% eram filhas da puta… e os outros 90% realmente agregaram valor.

Se você parar pra pensar, qual a porcentagem de filhas-da-puta que tem em lá em Brasília? E na tua igreja? E na tua escola?

 

Meu veredito

Ao contrário do título que te fez chegar até aqui, o Raiam não virou empreendedor de palco (usar título chamativo foi uma técnica que eu aprendi na conferência hehehe).

Continuo vendendo meus livros e meu foco principal é escalar o Mestrix no Brasil e em países de língua francesa e espanhola. Estamos contratando programadores e criativos, já é?!

Falei ali em cima sobre todas as ferramentas que aprendi na conferência mas não falei sobre como que aqueles muleques de 20 e poucos anos conseguiam ganhar seus 300 mil reais por mês sem vender drogas e sem jogar futebol? 

Eles vendem ebooks, mentorias e cursos online para milhares de pessoas.

Será que eles agregam valor a vida das pessoas mesmo cobrando 3mil reais por curso?

Para minha surpresa, sim!

E como você sabe disso, Raiam?!

Com uma peça de informação que mata o sentido daqueles dois artigos do Medium que criticam os pessoal do marketing digital (eu anexei ambos bem no início desse post):

Todos os cursos online que esses “empreendedores de palco” vendem têm uma política de 30 dias de reembolso….

O cara gastou 3mil reais no curso e sentiu que comprou gato por lebre? Ele aperta um botãozinho e pega a grana de volta… in full!

E seu eu te falar que menos de 10% das pessoas que compram pegam o dinheiro de volta?

Se os caras realmente tivessem vendendo alienação, a máscara já teria caído há muito tempo.

Abraços de Belo Horizonte, a capital brasileira do business de internet.

~Raiam

 

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